No anúncio do lançamento da campanha O Barato que Sai Caro pelo Sindilojas de Caxias do Sul, na manhã desta terça-feira (2), a entidade divulgou números que mostram a perda da arrecadação tributária dos lojistas com comércio de produtos piratas: são perdidos cerca de R$ 3,95 bilhões em vendas que são revertidas para o comércio pirata no município. A campanha visa conscientizar a população a respeito dos riscos que envolvem a compra de produtos piratas vendidos principalmente pelo comércio ambulante no município. A ação, que vai ser estendida para outras cidades do Estado ao longo dos próximos dias, traz uma série de recomendações aos consumidores, desde os males à saúde até o baixo desempenho de materiais vendidos a preços muito reduzidos no mercado informal.
Atualmente, segundo dados mais recentes da Fecomércio-RS, a economia baseada na venda de produtos piratas movimenta R$ 76,48 bilhões em todo o Rio Grande do Sul. O coordenador da Comissão de Combate à Informalidade do Fecomércio-RS, Daniel Amadio, aponta que o consumidor deve estar atento: quem realiza esse tipo de aquisição faz parte dessa cadeia de ilegalidade.
— Ele deve estar ciente de que se está comprando um produto pirata, está alimentando essa cadeia do crime. Em muitas vezes, o fiscal que faz a apreensão acaba sendo o vilão da história, e não a vítima. Temos que dar condições para o poder público, dar fortalecimento, dar poderes. Não podemos ter fiscais inibidos de fazer as abordagens. Claro que o ambulante é uma vítima de uma cadeia desestruturada, mas ao mesmo tempo é a pessoa que está fazendo a coisa errada – aponta Amadio.
Segundo pesquisa da Fecomércio, cerca de três em cada dez brasileiros afirmam que já compraram algum item de proveniência falsa. A principal razão para a aquisição desses produtos reside no preço: 96% dos consumidores de algum tipo de compra pirata o fizeram pelo baixo valor oferecido. Entre o percentual que comprou itens piratas, 35% já se arrependeu de ter feito a aquisição dos materiais. O motivo de arrependimento está principalmente na falta de qualidade dos produtos. Cerca de 92% daqueles que lamentaram a compra de piratas apontaram a baixa qualidade como um fator principal para desejar não ter feito a compra.
— Queremos conscientizar o consumidor porque esse tipo de compra afeta os empregos, a arrecadação tributária, a indústria, o comércio e ele próprio acaba sendo uma vítima diante da baixa qualidade do produto. A nossa bandeira é defender os lojistas contra esse mercado subterrâneo - aponta a presidente do Sindilojas Caxias, Idalice Manchini.
No Estado, o volume de recursos que deixa de ser obtido através da arrecadação proveniente do ICMS diante da venda de itens piratas chega a R$ 5,66 bilhões. Em todo o país, esse número atinge um patamar na casa dos R$ 1,173 trilhão.
Leia também