A esperada queda de desempenho da economia no comparativo entre os meses de janeiro de 2019 e dezembro de 2018 confirmou-se por mais um ano nos setores da indústria, comércio e serviços de Caxias do Sul. Conforme dados apresentados pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) na tarde de ontem, houve retração de 6,2% na economia caxiense no período.
Férias coletivas de empresas de grande porte, menos dias trabalhados e o próprio apelo maior de consumo que dezembro exerce sobre a maioria dos demais meses são alguns dos fatores citados por economistas da entidade para o retrocesso.
A redução mais acentuada foi no comércio, que ficou 8,46% abaixo no comparativo. Indústria e serviços também apresentaram desempenhos negativos, com -4,4% e -8,2%, respectivamente.
— É uma queda natural, pois dezembro sempre mostra índices fortes, especialmente no comércio. Ainda assim, o comércio teve um crescimento considerável de 21,77% no comparativo com janeiro de 2018 — destacou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias, Ivonei Pioner.
Já os demais setores não conseguiram superar os índices de janeiro do ano anterior. Após 12 meses de números positivos (na comparação entre os mesmos meses de 2018 e 2017), serviços voltou a apresentar queda de —3,6% na comparação entre janeiro de 2019 com janeiro de 2018. A indústria apresentou queda de 4,3% na relação com janeiro de 2018, porém, apresenta média de 6,7% no acumulado dos últimos 12 meses.
Com relação ao número de empregos, Caxias registrou aumento de 1.162 vagas no mês de janeiro, passando para 164.241 vínculos empregatícios na cidade. Os setores que mais empregaram nesse período foram agropecuária (463), indústria (402) e serviços (316).
Expectativa pela reforma
O assessor de Economia e Estatísticas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias, Mosár Ness, acredita em um ano melhor, especialmente devido ao cenário vivenciado no ano passado:
— Tivemos a greve dos caminhoneiros, depois a Copa, depois as eleições. Agora vamos viver um novo estágio de investimentos sem aquele horizonte que tínhamos — comentou Mosár durante a apresentação de resultados.
Com isso, no entanto, o comparativo entre o desempenho deste ano com os meses em que ocorreram os eventos citados por ele tende a ser naturalmente maior em razão dos índices negativos de 2018.
— É um comparativo fraco, mas precisamos comparar alguma coisa com alguma coisa. Tivemos um ano (2018) fraco em função disso tudo. Quando existe instabilidade, o horizonte está turvo, não existe firmeza. Quando isso aparece, as pessoas tornam-se receosas. Agora está começando a se dissipar essa névoa. Isso vai possibilitar que as pessoas se joguem com mais ímpeto no consumo — acrescentou.
Para haver melhoria consolidada, Mosár, no entanto, acredita que há apenas uma solução: a confirmação da Reforma na Previdência.
— Se nós tivermos a reforma, o governo sinaliza uma situação de controle de seu déficit público. Nos interessa que a situação fiscal do governo se resolva. Se isso acontecer, decola — afirmou.
O especialista projeta que, se as mudanças na Previdência forem implantadas até a metade do ano, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pode ser superior a 2,5%.