Principal matriz econômica de Caxias do Sul, a indústria segue a passos largos rumo à recuperação. O setor fechou 2018 com faturamento de R$ 15,2 bilhões, o que representa expansão de 16,45% na comparação com o ano anterior. O resultado foi divulgado na manhã desta quinta-feira pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias (Simecs). O número ainda fica aquém do que era verificado no período pré-crise, quando o setor chegou a faturar até R$ 27 bilhões por ano, mas representa um alento. Já é o segundo ano consecutivo que a receita do segmento industrial cresce na cidade.
Segundo o presidente da entidade, Reomar Slaviero, a perspectiva é de que a retomada da indústria caxiense continue em 2019. A tendência é de que o faturamento cresça até em nível superior ao de 2018.
- De 2016 para 2017, o faturamento cresceu R$ 1 bilhão. Já de 2017 para 2018, subiu R$ 2 bilhões Esperamos que em 2019 aumente até R$ 3 bilhões - calcula Slaviero.
Dos três setores analisados pelo Simecs, dois tiveram crescimento em 2018. O ramo automotivo fechou com alta de 20,66% e o metalmecânico com incremento de 12,04%. Apenas o segmento eletroeletrônico ficou no vermelho, com retração de 9,46%. O índice foi influenciado, principalmente, pela perda de espaço para os produtos chineses.
Na composição das receitas do setor produtivo caxiense no ano passado, o segmento automotivo representou 73,47% do faturamento, o metalmecânico 20,39% e o eletroeletrônico 6,14%. Além disso, a maioria das vendas das empresas caxienses, mais de 63% do total, foram realizadas para fora do Rio Grande do Sul.
Volta das contratações
O assessor de planejamento econômico do Simecs, Rogério Gava, define como principal destaque do ano que passou a volta das contratações. Caxias do Sul gerou, no período, 4.069 vagas com carteira assinada na indústria. Foi a segunda cidade brasileira que mais gerou empregos industriais.
Ainda assim, o dirigente ressalta que o nível de emprego está longe de alcançar o mesmo patamar verificado antes do início da crise, quando o setor produtivo chegou a ter mais de 55 mil trabalhadores na cidade. Hoje, são 37 mil empregados. Gava acredita que, com o crescimento esperado para os próximos anos, a tendência é de que a indústria se estabilize na faixa de 45 mil trabalhadores.
- Em dois anos devemos voltar a ter esses 45 mil trabalhadores – projeta.
Segundo o dirigente, dificilmente a indústria voltará a ter a mesma força de trabalho que teve no seu auge. Isso porque as empresas estão investindo cada vez mais na automação de processos e pelo fato de terem aprendido a trabalhar com a mão de obra mais enxuta nos últimos anos.
Faturamento por ano*
2010 - R$ 27 bilhões
2011 - R$ 26,3 bilhões
2012 - R$ 23,6 bilhões
2013 - R$ 25,6 bilhões
2014 - R$ 21,4 bilhões
2015 - R$ 15,2 bilhões
2016 - R$ 12 bilhões
2017 - R$ 13,1 bilhões
2018 - R$ 15,2 bilhões
*Com números de 2010 a 2017 corrigidos pela inflação
Fonte: Simecs