Com apenas 18 dias úteis, o desempenho da economia caxiense recuou 3,1% no mês de setembro. Mas o clima é de otimismo, e a expectativa é que o ano feche com crescimento acima de 8%. Os dados foram divulgados na tarde desta terça-feira (30) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul.
Se comparado com o mesmo mês de 2017, o índice foi positivo: 9,1%. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, os números também estão no azul, 7,1% e 7,7%, respectivamente. A economista Maria Carolina Gullo lembra que os números registrados no segundo semestre do ano passado já estavam mais robustos.
— A base de 2017 foi forte. Por isso, o crescimento real é positivo — destaca.
Os dados negativos de setembro foram puxados pela indústria e comércio. Serviços fechou em alta de 3,4%. Os dois feriados e os cinco finais de semana do mês são apontados como as principais causas. Além disso, setembro não teve datas comemorativas para o comércio, por exemplo, que ainda acumula perdas de 1,6% no ano.
O Índice de Desempenho Industrial (IDI) teve queda de 6,8%, puxado pelo número de horas trabalhadas (- 11,7%) e compras industriais (-14,1%). A massa salarial também teve recuo de - 4,7%.
Expectativa de melhora
Dois dias após as eleições que elegeram Jair Bolsonaro (PSL) como o novo presidente da República, o clima no encontro que reuniu dirigentes empresariais na CIC foi de otimismo. Os três grandes eventos do ano (greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e eleições) frearam o desenvolvimento, segundo os empresários.
— As primeiras reações do mercado são boas. As sinalizações são positivas, e o consumo vai aumentar — aponta o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Joarez José Piccinini.
Para o presidente da CDL, Ivonei Pioner, o ano de 2018 foi de conscientização.
— 2019 será de atitude — aposta.
Comércio ainda não mudou a curva
O setor que ainda não reagiu em Caxias do Sul é o comércio. Fechou setembro com queda de 3,1% e acumula perdas de 1,6 no ano. O assessor de Economia e Estatística da CDL Mosár Leandro Ness explica que, entre as causas, está a redução da massa salarial. O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou, mas os salários reduziram.
— Enquanto não recompormos os salários, o comércio vai andar de lado —justifica.
Pioner complementa:
— O baixo poder aquisitivo, resultado da queda dos salários, impede que as pessoas façam novos investimentos — justifica.
A inadimplência permanece com índices altos. No ano o estoque de dívidas cresceu 32,33% e em 12 meses, o aumento é de 84,10% .