A economia caxiense cresceu 3% em agosto em relação ao mês de julho. No acumulado do ano, a alta é de 7% e, nos últimos 12 meses, chega a 7,7%. Apesar de os números serem positivos, especialistas do setor afirmam que o resultado poderia ser melhor.
— A retomada não está acontecendo da forma que esperávamos — aponta a economista Maria Carolina Gullo.
Os dados foram divulgados na tarde desta quinta-feira pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul.
A desaceleração de agosto foi puxada pelo setor de serviços, que fechou em queda de 2,7%. O comércio, apesar da alta de 10%, teve índice negativo em relação a agosto de 2017 e ao acumulado do ano. Os salários comprimidos e a sazonalidade são apontadas como as principais causas da situação atual dos comerciantes, segundo o assessor de economia e estatística da CDL Mosár Leandro Ness.
— Ainda temos que nadar muito para chegarmos do outro lado do rio —exemplifica Ness.
Apesar do cenário de retração, as expectativas para o último trimestre do ano são boas para a economia de Caxias.
— Se mantivermos essa taxa até o final do ano, o crescimento da economia de Caxias do Sul será cinco ou seis vezes maior do que o do Brasil —lembra o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Astor Schmitt.
Entre os indícios positivos está o de que a indústria caxiense foi a que mais contratou no setor no Brasil. O setor abriu 5,2 mil vagas entre janeiro e agosto, conforme dados do o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Atualmente, os setores da economia caxiense empregam 163.871 trabalhadores com carteira assinada. Em 2013, a força de trabalho era de 183.173 pessoas, 19.302 a mais.