Enquanto a economia patina, o mercado de seguros segue em alta. Na pasta de clientes de algumas seguradoras de Caxias, por exemplo, o crescimento no número de clientes chega a 30%. É o caso da Ferreto & Ferreto Corretora de Seguros Ltda. O diretor, Renato Ferreto, viu a procura crescer entre 20% e 30% nos últimos três anos. Principalmente o de veículos e o de vida.
— Antes, era preciso procurar clientes para segurarem os veículos. Hoje, são eles que procuram. Pelo menos cinco novos por dia nos contatam para fazer orçamentos. Deste, pelo menos três se concretizam — observa Ferreto.
Dados do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor) apontam que 35% da frota de veículos de Caxias do Sul está segurada.
Seguros de vida
Outro segmento do setor que também cresceu cerca de 30% foi o seguro de vida. A Superintendência de Seguros Privados (Susep), publicou relatório de 2017, onde registra que pela primeira vez o valor arrecadado em seguros de vida ultrapassou o de automóveis no Brasil. No entanto, é um segmento que tem muito a crescer, pois estima-se que somente 19% da população brasileira tenha algum tipo de seguro de vida.
— Existe uma conscientização maior de que a aquisição deste seguro é importante não somente para a proteção pessoal do segurado, em casos de acidentes ou invalidez, mas também pela necessidade de amparar financeiramente e reduzir impactos negativos no padrão de vida daqueles que dependam economicamente do contratante, em sua ausência — avalia o vice presidente de Mercado do Sincor, Marcos Pozza.
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) também indica que o seguro de pessoas tem sido um dos principais responsáveis pelo crescimento do setor.
No ano passado, a arrecadação dos seguros de vida individuais, por exemplo, aumentou 26% no país sobre o mesmo período de 2016.
Valores mais salgados
Com o aumento nos roubos de carros, o preço das apólices também ficou mais salgado para o bolso. Segundo Ferreto, a média do reajuste neste ano ficou entre 18% e 25%. Além do crescimento de delitos, os valores, informa, estavam defasados.
— As peças dos carros e da mão-de-obra estão mais caros — justifica.
Na hora de fechar o negócio, entre os requisitos avaliados está a localização do condutor. Por exemplo, se o bairro em que mora tem alta incidência de furtos, o seguro vai custar mais. É o chamado score do condutor, que envolve CEP de circulação e pernoite (caso o carro não esteja na garagem à noite).
Atualmente a faixa de preços varia de R$ 700 a R$ 900 (somente contra terceiros) e R$ 1,5 mil a R$ 3,5 mil (carros de passeio). Para a linha de caminhonetes, os preços saltam de R$ 3,5 mil a R$ 6 mil.
— Passo boa parte do ano pagando as prestações do seguro — reclama a dona de casa, Mariluse Mattos, 46 anos.
NO BRASIL
:: Seguros de vida: 19% (da população)
:: Seguros de veículos: 33% (da frota)
:: Seguro residencial: 15% (das casas)
:: Seguro empresarial: 12% (das indústrias)
:: Outros: 21%
MAIS DADOS
:: A frota de veículos de Caxias é de 280 mil. Ou seja, um carro para cada 1,8 pessoas. Desses, cerca de 90 mil estão segurados.
:: No Brasil, a frota segurada alcança os 12 milhões de veículos. Em 2014, eram de 15 milhões.
:: O Rio Grande do Sul, na proporcionalidade é o Estado que mais tem veículos segurados do país.
:: Estima-se que apenas 4% dos lares brasileiros tenham seguro de vida. Nos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, este número salta para 70%.
Fonte: Sincor