Em trecho da RS-122 na altura de Forqueta, em Caxias do Sul, um dos principais pontos da manifestação na Serra, a mobilização segue intensa. As medidas anunciadas pelo governo federal são consideradas insuficientes pelos manifestantes, que prometem permanecer no local por tempo indeterminado. Além de caminhoneiros, agricultores, estudantes e pequenos empresários, entre outros, estavam às margens da rodovia nesta segunda-feira.
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Um grupo de cinco caminhoneiros, todos mobilizados desde a quarta-feira passada, defende que a diminuição de R$ 0,46 no preço do diesel, anunciada por Michel Temer, é insuficiente. Eles enfatizam que "não existe acordo" com a categoria, como mencionou o governo federal.
- E, ainda por cima, anunciaram só por dois meses a redução - critica o caminhoneiro Rodrigo Invernizzi.
Para esses caminhoneiros, a redução deveria ser de R$ 1,00 na bomba. Neste sentido, eles se mostram dispostos a continuar a paralisação por mais tempo, até conseguir melhorar a proposta elaborada pelo governo.
- Agora não dá para parar- afirma Edmilson Barbosa.
Já o caminhoneiro Irineu Scottá salienta que parte da população ainda não compreendeu a importância da mobilização.
- A população está mais preocupada em encher o tanque de combustível em vez de vir protestar para mudar o país - diz Scottá.
Com uma bandeira do Brasil em mãos, o estudante de Direito Antonio Junior menciona que, entre outras pautas, o movimento defende a isenção do PIS e da Cofins nos combustíveis e maior transparência nas negociações entre governo e entidades de classe. Para ele, o governo "está mentindo".
Neste momento, a lista de pautas é diversa e muitas delas possuem teor político. A saída de Temer da presidência é um dos pedidos mais frequentes na mobilização em Forqueta. Além disso, diversas faixas solicitando intervenção militar estão espalhadas no local.
- A pauta agora é fora Temer - sintetiza uma das lideranças do protesto.
Os manifestantes também se mostram descontentes com a cobertura dos meios de comunicação sobre a greve. Eles garantem que há cargas que estão sendo liberadas para passar sem problemas, como alimentos para animais e medicamentos. Para muitas pessoas ouvidas pelo Pioneiro, essas questões não estão sendo mencionadas pela imprensa, que estaria "manipulando a cobertura sobre a paralisação".