Com a chegada do frio na Serra Gaúcha, a venda do cafezinho em bares e cafeterias aumentou 40%. Dezenas de quilos de pó por semana passam pelas máquinas que preparam, armazenam e mantêm o precioso líquido sempre quentinho e pronto para ser servido.
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O “pretinho” também é uma boa desculpa para colocar o papo em dia. Nas tardes de quarta-feira, por exemplo, uma das mesas da tradicional Cafeteria Três, no bairro São Pelegrino, está sempre reservada para a advogada Adriana Rigo e a empresária Claudete Polidoro Martinelli. Amigas há mais de 10 anos, elas não abrem mão de tomar um pretinho juntas todas as semanas.
— Ele (o café) ajuda a aquecer a alma e a amizade. É nosso parceiro —destacam.
Enquanto o papo rola solto, o martelinho é reabastecido pelo menos cinco vezes durante uma hora.
– Ele já faz parte da nossa história – conta Adriana.
A cafeteria, localizada próximo à Igreja São Pelegrino, tem muitas histórias para contar. O fundador, Armando Três, 77 anos, já serviu cafés para muitas personalidades. O ex-senador Pedro Simon (MDB) foi uma delas. E fez questão de registrar. Fotos históricas decoram uma das paredes do bar.
– Meu pretinho sempre foi sucesso – orgulha-se Três.
E continua fazendo. Mesmo passando a administração do negócio para o filho, Jean, 45, ele continua comandando a máquina do café. É Três quem prepara a bebida.
– Gosto do cheiro. Ele aquece o coração.
Alguém aí aceita um café?