O excesso de chuvas nas lavouras elevaram o preço das frutas e verduras. O alface, o repolho e a cenoura chegaram a aumentar mais de 50% na últimas duas semanas. Com a queda do poder aquisitivo, os consumidores precisam andar muito para encontrar o melhor preço e tentar driblar a crise na hora de preparar o almoço.
Uma boa sugestão é o Ponto da Safra, que acontece todas às sextas-feira. Tudo por lá custa R$ 2. Uma sacola de laranjas, um molho de cenoura, dois pés de alface, uma couve-flor, dois molhos de couve-folha. O valor único é R$ 2. O que muda, em alguns casos, é o peso da sacola (que varia de 1,5 a 2 quilos) e as unidades. Um molho de beterraba e cenoura, por exemplo, tem em média cinco unidades.
– Com R$ 20, dá para encher o carrinho. Aqui, os pobres tem chance de comer frutas e verduras – diz Margarida Maria de Souza, 67 anos, que frequenta a feira há mais de 30 anos.
Ela afirma que não compra esses produtos em supermercados, pois os preços são muito altos. Na última sexta-feira, por exemplo, uma sacola com dois ou três pés de alface custava R$ 2. Nos mercados e fruteiras, cada unidade custa entre R$ 2 e R$ 3,50.
A agricultora Ana Salvador Bonatto, 65 anos, trabalha no mesmo ponto há mais de 30 anos. Produzindo e vendendo direto ao consumidor criou (na feira) suas duas filhas que hoje trabalham com ela.
– Prefiro vender mais e mais barato. Quando os produtos estão escassos, reduzimos um pouco o peso, mas mantemos o preço único de R$ 2. E tudo aqui é muito fresquinho, colhido um dia antes – destaca Ana.
A filha, Adriana, concorda com ela. Elas vendem, em média, 600 sacolas por dia, o que dá cerca de R$ 1,2 mil.Os citros também estavam com preços acessíveis na sexta-feira, dia 23. As sacolas com laranja de suco ou do céu também com dois quilos custavam R$ 2, ou seja, R$ 1 ao quilo.
90 mil sacolas por semana são vendidas no Ponto da Safra
Produtor de Vila Seca, Valmir Buffon, 43, comercializa na feira há 10 anos. E não reclama. Ele fatura cerca de R$ 1 mil por semana. Com as vendas no Ponta da Safra, ele conseguiu investir em estrutura coberta para parte da produção. Por isso, as cenouras chamavam a atenção em sua banca.
– Dá para se manter – declarou.
O agricultor Vilson Turella, 64, faz parte de uma associação de cinco produtores. Cada um vende de três a quatro tipos de produtos. A maior oferta da última sexta eram as maçãs, caqui e tomate. A reposição nas gôndolas era feita a cada 10 minutos.
O faturamento passa de R$ 1,7 mil.Os preços e pesos são definidos pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento definidos conforme a cotação da Ceasa Serra, oportunizando compra a preços reduzidos.
A secretária Camila Sandri Sirena assegura que as feiras são excelentes oportunidades para valorizar o produtor local e beneficiar o consumidor. Segundo a secretaria, o programa movimenta um volume médio de 90 mil sacolas por edição.
SERVIÇO
O Ponto de Safra ocorre nas sextas-feiras, em três endereços:
* Rua Treze de Maio (entre a Sinimbu e Av. Júlio de Castilhos)
* Rua Moreira César (entre Os Dezoito do Forte e Sinimbu)
* Bento Gonçalves (entre as ruas Dr. Montaury e Marquês do Herval).
Horário: 5h30min às 16h