Certamente você conhece alguém que aproveita o período de Páscoa para fazer ovos e coelhinhos de chocolate e ganhar um dinheiro extra. Sempre há um amigo, tio, cunhado ou primo que aposta na produção caseira como alternativa de renda ou simplesmente para complementar o salário.
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Aline Prebianca, 31 anos, e Benhur Machado, 32, começaram a fazer ovos de chocolate recheados no ano passado para presentear amigos e familiares. Mas os doces fizeram tanto sucesso, que o casal passou a receber pedidos, não só na Páscoa, mas ao longo do ano.
Com o resultado positivo, os dois resolveram repetir a dose neste ano e, há cerca de 10 dias, iniciaram a produção para a Páscoa 2017, que neste ano cai no dia 16 de abril. Os chocolates artesanais são feitos nos momentos de folga de Aline e Benhur. Ela é proprietária de uma escola infantil e ele, operador de raio-x do aeroporto. Então, o tempo livre acaba sendo a noite e os finais de semana.
Além do boca a boca, os dois divulgam as vendas nas redes sociais. Todos os dias há ovos para entrega e chocolates em outros formatos também. Na quinta-feira, por exemplo, o casal preparava um coração de chocolate com recheio de mousse de limão, pedido de uma cliente que queria presentear o namorado.
Os ovos de 500g variam de R$ 40 a R$ 45. A pedidos, Aline e Benhur criaram os miniovos. Mais baratos, eles servem como opção de lembrança para quem quer gastar menos. Como a produção ainda está no início e o preço do chocolate subiu neste ano, não foi possível, por enquanto, identificar lucro nas vendas.
– Mas esperamos que dê. Tem que dar, né? – diz Aline, confiante.
Apesar da expectativa de boas vendas, os dois consideram a atividade mais um lazer que negócio. Especialista nos ganaches que recheiam os ovos de chocolate, Benhur já avisa:
– Neste ano, vamos receber encomendas somente até o sábado, véspera da Páscoa.
Movimento nas feiras ainda é fraco
Tradição na Páscoa, as feiras de chocolate já marcam forte presença nas ruas do centro e dos bairros de Caxias – seja em estabelecimentos que comercializam outros produtos, seja em salas alugadas para este único fim.
No entanto, o movimento ainda é fraco. Em uma das feiras no bairro Santa Catarina – são pelo menos mais cinco da mesma marca na cidade – aberta há pouco mais de uma semana, as vendas são tímidas. No entanto, como já é costume o consumidor deixa para a última hora. A expectativa é de que as vendas deslanchem na última semana.
– Esperamos vender tudo e fazer mais pedidos para a fábrica – conta a vendedora Niala Manfro.
As feiras, quando informais, apesar de uma boa opção de compra para os consumidores, são consideradas prejudiciais ao comércio local. Para Sadi Donazzolo, presidente do Sindilojas, o problema é que o dinheiro acaba não girando na cidade.
– Não que sejamos bairristas, mas a gente gostaria que o dinheiro ficasse aqui. Se as feiras fossem formais, não teria problemas, porque não seria concorrência desleal.
Ainda conforme Sadi, a expectativa é de uma Páscoa melhor que a de 2016, quando a projeção de crescimento de 2% não foi alcançada. Para este ano, a estimativa é de um aumento de 5% nas vendas, baseado nos sinais que a economia demonstra. Os números oficiais, no entanto, somente serão conhecidos na próxima semana.