Além de impostos como IPTU e IPVA, o início de um novo ano também é marcado por gastos tradicionais, como a compra de material escolar. Os preços dos artigos escolares estão em média até 15,4% mais caros que no ano passado, segundo levantamento do Pioneiro. Em média, materiais como lápis, borracha e caneta tiveram um aumento de 8,3%. Os itens derivados do papel, como agendas, cadernos e blocos, sofreram um aumento de 22,6%.
Segundo a gerente da Livraria Rossi, Raquel Pegorini, o papel teve um incremento de 35% ao longo do ano de 2016, mas não atingiu diretamente os consumidores.
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– Os fabricantes destes materiais alertaram os varejistas antes de cada um dos aumentos gradativos e foi possível um abastecimento que mantivesse a média de aumento abaixo do aumento total, evitando maiores impactos para o consumidor.
Raquel conta que as vendas estão abaixo do esperado, embora o perfil do consumidor tenha se mantido.
– Desde já, as pessoas estão buscando comprar toda a lista de material, mas se percebe uma busca por itens mais baratos.
A gerente da Estação dos Brinquedos, Juliana Matte, diz que muitas pessoas estão aproveitando o 13º salário e as férias para antecipar a compra de material escolar. Segundo ela, os cadernos tiveram um aumento significativo.
– Manteremos as capas do ano passado com o preço do ano passado. Somente os lançamentos terão o novo preço.
Juliana afirma que a loja não irá reajustar os valores dos materiais escolares para o próximo ano.
Menos fila, mais tranquilidade e busca pelos mais baratos
A costureira Rosane Aguiar, 54 anos, conta que prefere comprar os materiais escolares do filho Gabriel, 8, sempre no final do ano por dois motivos: para evitar as grandes filas da véspera do início do ano letivo e para comprar antes do reajuste do próximo ano.
– Sempre gosto de comprar antes porque encontro as coisas mais em conta.
Rosane diz que, para economizar, compra apenas os materiais solicitados na lista e faz pesquisa de preço.
– O estojo deste ano está em bom estado e o Gabriel vai usar o mesmo em 2017. Os preços dos estojos estão muito caros.
Gabriel estava entusiasmado com os novos materiais que utilizará no terceiro ano.
– Gostei de tudo – disse o menino tímido.
Rosane revela que esperava gastar R$ 130, mas as compras custaram R$ 84.
– Preferi pagar em dinheiro para ganhar um desconto – ensina a costureira.
Para Angela Foppa, 45 anos, o gasto foi bem mais salgado. Os materiais para os três filhos _ Gabriela, 15, Letícia, 12 e Rafael, 4 – custaram R$ 1.012. Segundo a psicóloga, antes de fazer as compras, a família se reuniu para conferir os materiais que poderiam ser reaproveitados para o próximo ano.
– Fizemos uma otimização e compramos somente o necessário – ressalta.
Assim como Rosane, Angela também prefere comprar os materiais dos filhos nesta época do ano para evitar a correria da véspera do começo das aulas.
– Achei que estaria mais tranquilo em termos de movimento. Já faz vários anos que compro nessa época.
A psicóloga conta que prefere comprar todos anos na mesma livraria por encontrar todos os produtos e pela qualidade no atendimento.
– Eles se preparam melhor com os materiais aguardando a chegada das famílias e os valores regulam mais ou menos de uma livraria para outra.
Enquanto Angela buscava os materiais para o filho mais novo, as meninas puderam escolher seus materiais como cadernos e canetas. A mãe diz que as filhas já têm a consciência do custo-benefício.
– Por exemplo, a Gabi soube fazer a escolha e comprou a canetinha mais barata.
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