Em visita a Vacaria nesta terça-feira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, trouxe poucas esperanças de redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) ao setor vitivinícola, pelo menos em 2016.
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Anunciada na Festa da Uva deste ano, em Caxias do Sul, pelo então ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, a queda foi vetada pela presidente afastada, Dilma Rousseff. De acordo com Maggi, a crise econômica enfrentada pelo país é o maior entrave para a diminuição do imposto:
– A Fazenda olha o Brasil de forma diferente do que nós, produtores. Eles olham o caixa do governo e a necessidade de recursos para manter as atividades do país. Não posso garantir porque o país vive um momento de grandes dificuldades econômicas. Qualquer retirada de imposto aqui ou acolá significa entusiasmar outro setor a fazer também, e o governo tem de manter algumas posições firmes.
Rossetto havia falado que a tributação passaria de 10% para 6% neste ano e, a partir de 2017, seria de 5%. Semanas depois, Dilma vetou o projeto de lei. Também nesta terça-feira, Maggi confirmou a liberação de R$ 500 mil para o laboratório MoscaSul, que terá como desafio combater uma das principais pragas da fruticultura da região sul do país: a chamada mosca das frutas.
Construído na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria, o centro de pesquisa trabalhará na redução populacional da praga e no controle biológico. Até agora, R$ 2 milhões tinham sido repassados do governo federal, com o apoio de associações de produtores.
– Queremos fazer andar este centro de pesquisa para ajudar os agricultores da região e descobrir novas formas de combate às doenças, impedindo que outras venham de fora. É um esforço do ministério em dotar de conhecimento a cultura da maçã – salientou Blairo Maggi.
Telas para proteção contra o granizo
O ministro conheceu ainda a estrutura antigranizo montada no pomar Monte Alegre, mantido pela Agropecuária Schio, na área rural de Vacaria. Ao lado de autoridades do município, pesquisadores e produtores, ele caminhou pela estrutura e mostrou-se interessado em conhecer os detalhes do trabalho desenvolvido por técnicos da Embrapa.
Para manter um hectare de maçã, por exemplo, o produtor gasta, com seguro, cerca de R$ 3,5 mil, mas não tem garantia sobre a planta - que pode ser afetada em até três anos, dependendo da intensidade do granizo. Já com as telas, as perdas são significativamente menores. Apesar dos custos para a implantação serem altos - de R$ 30 mil a R$ 50 mil por hectare -, os benefícios a longo prazo, segundo a Embrapa, compensam.
– Pensando em pomares hoje, tem de se pensar em estrutura antigranizo como ferramenta para minimizar os riscos. Pelas experiências com as telas atualmente utilizadas, vemos avanços em termos de produtividade – diz o técnico da Embrapa Fernando Hawerroth.
Após a visita ao pomar Monte Alegre, o ministro iria se encontrar com Raul Randon, na propriedade do empresário, em Muitos Capões. Randon vai mostrar a Blaggi como o grupo com origem metalmecânica conseguiu ganhar espaço no agronegócio. Na quarta-feira, Blaggi segue para Santa Catarina, onde cumpre agenda com produtores em São Joaquim.