Com o pano de fundo de mais de 13 mil demissões em um ano e sem notar sinais de aquecimento na economia, o caxiense vem sendo obrigado a ter cautela na hora de consumir. Essa baixa no poder de compra do trabalhador tem impactado especialmente em setores de bens de maior valor, como casas, apartamentos e salas comerciais. O resultado disso é uma queda de 23,90% em metros quadrados (m²) aprovados na cidade para construção de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano passado.
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Se a análise abranger apenas o mês passado, a baixa é ainda mais expressiva e atinge o índice de 56,75%. De mais de 170 mil m² em setembro de 2014, o mesmo período deste ano registrou apenas 73,5 mil m². Os dados foram apresentados nesta terça-feira, em reunião-almoço, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul (Sinduscon).
- Até então registrávamos um crescimento anual, o que mostra que essa queda é um reflexo do mercado como um todo - destaca Alexandre Susin, diretor de Relações com o Município da entidade.
A demanda menor por imóveis já se reflete com força no mercado de trabalho. No Estado, já são mais de 15 mil vagas a menos em 12 meses e 8,5 mil somente em 2015. Em todo o Brasil, em um ano são 426,7 mil postos fechados no setor, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em Caxias, o reflexo é mais tímido, com 103 vagas a menos na construção civil no acumulado de 12 meses. A explicação: muitos imóveis que estão sendo finalizados neste ano foram adquiridos em períodos mais prósperos, há cerca de três anos, o que sinaliza que a situação deve se agravar conforme essas opções forem entregues e menos projetos forem sendo tirados da gaveta pelas construtoras.
- A prioridade das empresas do setor no Estado, incluindo Caxias, tem sido sobreviver. A meta atual é reduzir custos e identificar novos nichos de atuação. Estamos no meio da crise e ainda não vemos o final, mas a hora é de controlar a ansiedade - ressalta Volnei Sebben, presidente do Sinduscon.
O executivo reiterou ainda que o alto peso da carga tributária é um dos principais desafios do setor. Embora não tenhas boas perspectivas para 2016, Sebben lembrou que o cenário retraído, em algum momento, vai passar:
- O Brasil é maior que a crise. No final dela, ainda estaremos aqui.
Mercado retraído
Construção civil de Caxias registra queda de 23,90% neste ano
Dado se refere ao comparativo de m² aprovados para construção no mesmo período de 2014
Ana Demoliner
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