O dissídio da principal categoria de trabalho de Caxias deve ganhar contornos de definição na tarde desta sexta-feira. Representantes dos patrões e dos trabalhadores da indústria metalmecânica de Caxias se encontram para a quarta reunião de negociação e há expectativa de acordo. Um dos sinais que o desfecho pode estar próximo é que no sábado, às 9h30min, já está marcada uma assembleia geral dos metalúrgicos, na sede do sindicato, para avaliar as possíveis propostas de reajuste salarial e de avanços sociais.
Como era esperado, o cenário de retração econômica tem sido o principal argumento do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) para defender um reajuste menor neste ano do que em períodos mais prósperos. Getulio Fonseca, presidente da entidade, lembra que o setor acumula 3,2 mil demissões no primeiro semestre de 2015 e outras 3,5 mil devem vir até o final do ano.
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A reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos para o reajuste é de reposição da inflação (que está em 8,76%) acrescida de 2% de aumento real, além de outras cláusulas sociais. Por outro lado, o Simecs sinaliza que nem mesmo a inflação deve ser inteiramente cogitada e solicita a ampliação da flexibilização da jornada de trabalho, que hoje só pode ocorrer durante 180 dias.
- A folha de pagamentos das empresas normalmente fecha no dia 26, então seria interessante decidirmos o reajuste até lá. É bom para o trabalhadores, que ganham um dinheiro a mais já no próximo mês, e para os empresários, que conseguem se organizar - destaca Fonseca.
O executivo acredita que os encontros, até agora, evoluíram e geraram "bom entendimento entre as partes". Já Assis Melo, presidente do sindicato dos trabalhadores, alega que não percebeu tantos avanços:
- Não vejo as reuniões que tivemos como positivas porque não evoluímos muito. Temos uma expectativa de negociação para este encontro de sexta e chamamos a assembleia com esse intuito de repassar as propostas para o trabalhador e decidirmos os rumos da campanha - destaca.
O presidente do Simecs revela ainda que há chances do dissídio ser dividido como foi no ano passado, com um valor menor de reajuste até dezembro e outro maior a partir de janeiro. Como no segundo semestre é pago o 13º salário, além das férias, a estratégia amenizaria o baque no caixa das empresas.
Dissídio
Com expectativa de acordo, metalúrgicos e patrões de Caxias se reúnem nesta sexta
No sábado, às 9h30min, sindicato dos trabalhadores promove assembleia geral para avaliar propostas
Ana Demoliner
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