O presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, Mauro Bellini, diz que o período de readequações no quadro de pessoal da empresa caxiense já está encerrado. Ele avalia que a flexibilização de jornada tem ajudado a minimizar os impactos da queda das vendas no setor automotivo, já que é melhor, na opinião dele, trabalhar apenas quatro dias por semana do que cinco dias sem a capacidade plena.
Recentemente, a empresa estendeu a medida para mais três meses, totalizando seis meses de jornada reduzida. E é justamente nesse ano de desafios que irá assumir o novo diretor-geral da Marcopolo, Francisco Gomes Neto, a partir do dia 3 de agosto.
A companhia foi buscar o executivo através de uma empresa de headhunters, caçadores de talentos, de São Paulo. Gomes Neto atuava nos Estados Unidos como vice-presidente para as Américas da Mann Hummel, empresa de sistemas de filtragem. Na avaliação de Bellini, o principal desafio dele será manter a trajetória de sucesso conduzida por José Rubens de la Rosa, que estava à frente da empresa há 15 anos.
- Fomos buscar um profissional com atributos de liderança e experiência na indústria. Era um processo que já vínhamos encaminhando há tempos - esclarece o presidente do conselho.
Bellini garante que a troca num momento de recessão foi apenas coincidência, já que a medida fazia parte do planejamento de sucessão da companhia. De la Rosa deve seguir em Caxias atuando em projetos pessoais, mas ainda estará ligado à empresa nesse momento de transição.
Sobre a situação econômica do país, o presidente do conselho entende que as definições que o governo tem adotado são remédios amargos, mas estão no caminho correto. Mas a principal questão seria adotar medidas eficientes para reduzir o Custo Brasil. Bellini avalia que 2015 não é um bom ano para o país. Ele acredita que o segundo semestre deve ser ligeiramente melhor do que o primeiro. Recuperação, porém, só é esperada para 2016. A companhia não chegou a divulgar um guidance, uma projeção de lucros e empreendimentos, para este ano justamente por entender que não era prudente em um período de incertezas.
- Este é um ano bastante desafiador. Não só para Caxias, mas para todo o país - entende o empresário.