O primeiro trimestre de 2015 deve fechar com 1,5 mil metalúrgicos demitidos em Caxias do Sul. O ano começa pior do que 2014, na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Caxias do Sul, Getúlio Fonseca. Em entrevista ao programa Atualidade da Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira, o dirigente disse que as demissões se concentram em pequenas e médias empresas. As grandes companhias têm adotado a flexibilização de jornada como forma de evitar mais baixas. Os trabalhadores da Marcopolo aprovaram a medida nesta semana. E outras três grandes empresas vão discutir o assunto depois do Carnaval.
Em 2014, mais de 5,2 mil metalúrgicos foram demitidos em Caxias do Sul, o que representava uma redução de 15% na força de trabalho.
- Os cortes, num primeiro momento, aconteceram nas grandes empresas. Agora, desde novembro, os cortes vem aparecendo nas pequenas e médias que abastecem as grades empresas da região. Infelizmente, essas pequenas não têm sistema de gestão e controle de custos como têm as grandes - esclarece Fonseca.
Nesta semana, os funcionários da Marcopolo aprovaram a flexibilização de jornada entre os meses de março a maio. A cada mês, os trabalhadores terão até seis dias de folga, que serão compensados no futuro. Segundo Fonseca, outras três grandes empresas de Caxias do Sul, a Randon, a Agrale e a Guerra, programam votações para aprovar medidas semelhantes após as paradas programadas para o período do Carnaval. Todas essas quatro companhias farão férias coletivas ou compensação de jornada agora em fevereiro por períodos entre uma semana e 15 dias.
Segundo o dirigente do Simecs, a queda de pedidos pela retração do mercado e as dificuldades de financiamento pelo BNDES são os principais entraves que as empresas enfrentam. Fonseca acredita que a situação só melhore a partir do segundo semestre. Ele considera fundamental que o governo libere financiamentos.
Mesmo que o dólar alto facilite exportações, o presidente do sindicato avalia que há muita burocracia para vendas para o exterior e que um programa do governo para alavancar a comercialização com outros países só traria resultado em seis meses.