Influenciados pelas incertezas econômicas que embalaram 2014, os consumidores caxienses seguraram o bolso e diminuíram as compras, o que fará o comércio fechar o ano com prejuízos de cerca de 5%. Nas últimas semanas, porém, a retração deu trégua nos súpers, o que mostra que a ceia natalina não deixará de ser farta nem mesmo neste período de desaceleração. Ao que tudo indica, os consumidores preferem diminuir os gastos com presentes, mas manter a mesa generosa.
A estimativa de crescimento para os supermercados, informa Eduardo Luis Slomp, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caxias do Sul (Sindigêneros), é de 6% a 7% em relação ao mesmo período natalino do ano passado. A movimentação intensa, relata o dirigente, começou no último final de semana.
- Como tem muita gente que viaja no Natal, tivemos muitas compras antecipadas, o que é bom também para o supermercadista, já que concentra menos gente na véspera. Nas compras, não estamos notando economia. As pessoas até pagam parcelado ou deixam de comprar outras coisas, mas a ceia fica completa - avalia Slomp.
Jander Macedo, 35 anos, compartilha a percepção com o dirigente. Morador de Bento Gonçalves, o metalúrgico comprou parte da ceia nesta terça-feira, em Caxias, juntamente com o filho Leonardo, 12. Eles farão a celebração em Cambará do Sul, com toda a família.
- A economia que estou fazendo é buscar o preço mais em conta, mas não vou deixar de comprar nada. É uma vez no ano só, então tem que fazer direito - brinca.
As aves natalinas, que normalmente são as protagonistas da ceia, foram os itens que mais inflacionaram neste ano. Conforme estudo divulgado pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), os itens estão até 19% mais caros. A auxiliar de faxina Ines Ribeiro, 52 anos, percebeu a alta no preço dos perus:
- Não vou deixar de comprar porque é o prato principal, mas aumentou bem mais do que o normal - constatou.
Em função da alta nos preços das aves, a Agas aposta até mesmo na queda nas vendas destes produtos. Mas a baixa não deve afetar todos os estabelecimentos: o Walmart, por exemplo, que abrange o Big de Caxias, estima crescimento de 10% nas vendas do segmento influenciadas pelo investimento em aves natalinas de uma marca própria.
Súpers cheios
Apesar da retração na economia, consumidores de Caxias não abrem mão de ceia farta
Ao que tudo indica, público prefere diminuir os gastos com presentes, mas manter a mesa generosa
GZH faz parte do The Trust Project