Fábricas de móveis da Serra ampliam vendas com a internet

A venda de móveis pela internet cresce a cada ano. Segundo o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan, a negociação on line dos produtos aumenta em cerca de 50% ao ano. O percentual foi repassado a ele por operadores de venda virtual. No faturamento das empresas, as negociações virtuais ainda representam pouco, cerca de 5%, mas Cansan tem uma ressalva:

- Empresas que partiram para isso tiveram um retorno bom. O início da compra pela internet com certeza é muito maior que 5%. Não temos como medir, por exemplo, os consumidores que fazem consulta pela internet e depois vão a loja real fazer sua aquisição. Isso ainda não está computado como demanda e-commerce, que na minha visão deveria ser - explica o presidente.

Na Politorno, de Bento Gonçalves, o comércio on line tem crescido de 8% a 12% nos últimos anos. A internet é uma aliada principalmente porque a indústria tem uma linha grande de complementos para casa. E, numa loja fixa, expor todos eles custa caro. A empresa tem de comprar o metro quadrado para que o público possa visualizar o produto. Afinal, o que não é visto, não é comprado.
- Como temos uma grande linha, não conseguimos expor toda essa linha na loja fixa. Já os lojistas on line divulgam toda a nossa linha, agrupam um pedido mínimo e passam para a fábrica produzir e a gente envia para eles - comenta o analista de marketing da Politorno, Thiago Sacchett.

O Rio Grande do Sul tem 2.470 empresas de móveis. Destas, 75% são micro e pequenas indústrias. Bento Gonçalves tem 300 empresas e é considerado um dos principais polos moveleiros do país. Neste ano, o setor deve faturar R$ 8,5 bilhões no Rio Grande do Sul (Bento deve contribuir com 35% desse montante). O crescimento estimado em relação ao ano passado é de 3%. Conforme Cansan, o percentual é baixo em razão do endividamento da população.