Criado há oito meses no país, o cadastro positivo - banco de dados que valoriza bons pagadores - não foi colocado em prática ainda no comércio de Caxias do Sul. Até o momento, não se sabe quantas pessoas aderiram ao novo instrumento de avaliação do consumidor na hora da concessão de crédito.
Falta de conhecimento dos lojistas, de condições para operar o sistema e desmotivação são algumas razões para que não haja cadastramento de clientes e nem consultas ao novo banco de dados. Lojas ou a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) são alguns dos pontos que poderiam encaminhar a inserção dos compradores. No entanto, isso não está acontecendo. Para figurar na relação dos bons pagadores - gerenciadas por empresas como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a Boa Vista Serviços e o Serasa _ o cliente deve aceitar e autorizar a inclusão. Ele precisa preencher um formulário, assiná-lo e apresentar documentos. É possível se credenciar diretamente com as empresas que gerenciam o cadastro.
Parte dos lojistas não se envolveu ainda com o novo banco de dados porque terá um trabalho a mais para repassar informações que alimentarão o cadastro. O instrumento representa um novo conceito na concessão de crédito. Na consulta que o comerciante faz sobre o cliente no modelo tradicional, a informação que obtém é o 'consta' ou o 'nada consta'. E a partir disso, decide se venderá a prazo ou não. No cadastro positivo, há um histórico do consumidor, que pode estar devendo em um contrato, mas estar em dia em outros. Isso significa mais chance de ele conseguir crédito e do lojista vender.
- Minha preocupação é que não há um movimento das entidades mobilizando os consumidores para fazer a adesão ao cadastro positivo. Se nós não mobilizarmos a população, as pessoas que ainda não têm crédito continuarão não tendo crédito - questiona o membro do conselho fiscal do SPC Brasil e membro do conselho consultivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Luiz Antônio Kuyava, referindo-se à CDL e ao Sindilojas.
Na CDL, a justificativa apresentada é a de que ainda não está estruturada para tal. Diretor do SPC da CDL, Julian Biachini diz que dentro de três meses a entidade deve oferecer aos associados as condições para que o consumidor possa ser inserido.
- Entendemos que o cadastro é importante, mas nós temos uma dificuldade de fazer isso operar. Não estamos incluindo ninguém até o momento por uma questão de operação. Eu tenho que disponibilizar para o lojista as condições para ele pegar autorização do consumidor e passar todas as informações para o banco de dados. A dificuldade é muito grande - disse Biachini.
Para o presidente do Sindilojas, Sadi João Donazzolo, o que atravancou o cadastro positivo foi a necessidade de autorização do cliente.
Comércio
Cadastro positivo ainda não mobiliza o comércio em Caxias do Sul
Banco de dados valoriza bons pagadores
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