Mesmo estando na briga para ser Centro de Treinamento de Seleções e com projeções de receber cada vez mais turistas estrangeiros na Festa da Uva, o comércio caxiense parece ainda estar engatinhando na preparação para atrair visitantes de fora. Uma simples compra à vista (com cartão internacional), por exemplo, não é efetivada por algumas lojas.
Essa dificuldade foi vivenciada por mãe e filho venezuelanos no último sábado. Com o passaporte e o cartão em mãos, Yamil Florido, 27 anos, e Carmen Rodriguez, 55, não conseguiram comprar alguns itens em pelo menos três lojas da cidade (duas redes de eletroeletrônicos e uma loja de roupas). A recusa era justificada com a alegação que as vendas só poderiam ser feitas com um CPF (documento que os turistas obviamente não possuem).
Desde junho de 2012, o comércio de fato precisa informar o CPF do destinatário nas vendas acima de R$ 200, conforme legislação tributária da Receita Estadual. Mas há sim uma brecha para negócio a estrangeiros: na nota fiscal, no lugar do CPF (documento que eles não têm), coloca-se o número do CNPJ do emitente (ou seja, da loja). Dessa forma, o nome do destinatário será preservado e o endereço será seu país de origem.
- Já viajei para vários países do mundo e isso nunca tinha acontecido. Em algumas lojas aceitaram o cartão sem problemas, o que mostra que falta informação. Se minha compra fosse à prazo até entenderia a desconfiança, mas não era o caso - conta Florido.
Em uma das lojas, Rodrigo da Costa, 29 anos, que está hospedando os venezuelanos, emprestou o número do CPF para que a compra pudesse ser concluída. Ele destaca, porém, que sabe essa não deveria ser a solução já que nem todos os estrangeiros contam com a amizade de algum brasileiro:
- Como vamos receber seleções aqui se o turista não consegue fazer nem uma simples compra? - questiona Costa.
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