O dissídio dos metalúrgicos de Caxias, um dos mais debatidos dos últimos tempos, ganhou novos contornos na tarde desta quarta-feira. Reunidos no Simecs, o sindicato dos trabalhadores recebeu da entidade patronal a proposta que será votada pelos metalúrgicos no próximo sábado. O índice de reajuste salarial é o mesmo que foi recusado no último sábado, 9,5%, mas há avanços em cláusulas sociais.
O auxílio-creche, atualmente concedido às crianças de até três anos, pode ser estendido em um ano, até quatro anos. Na negociação anterior, o Simecs oferecia nove meses de ampliação no benefício, melhorando agora a oferta em mais três meses. O Sindicato dos Metalúrgicos, porém, reivindica o auxílio-creche até os cinco anos.
Outro item que conquistou avanços foi o auxílio-transporte. Até então, o sindicato patronal oferecia queda de 0,5 ponto percentual nos custos para o trabalhador, passando então para 4,5% mensais. A nova proposta contempla um desconto de 4%. O sindicato dos trabalhadores pede a gratuidade do transporte.
Getulio Fonseca, presidente da entidade já adianta: em caso de nova recusa, a negociação deve ser intermediada pela Justiça, medida que já foi tomada em 2007. Segundo ele, o empresariado já ofereceu "além do que poderia" na negociação.
Leandro Velho, presidente em exercício do sindicato dos trabalhadores, considera que os avanços foram "menores do que o esperado" e destaca que a entidade não defenderá a proposta dos empregadores na assembleia de sábado. E não descarta estado de greve em caso de o impasse persistir.