Preocupados com a situação da Voges, que passa por um período de escassez de matéria-prima e dificuldade de produção, os funcionários da empresa solicitaram explicações sobre os problemas para a diretoria. Na tarde desta quarta-feira, atendendo aos pedidos, o diretor-presidente do Grupo Voges, Osvaldo Voges, reuniu os trabalhadores da unidade da empresa do bairro São Ciro.
Conforme relato dos funcionários, o diretor-presidente explicou no encontro que a empresa, que produz motores elétricos e componentes fundidos para o setor automotivo, se envolveu em dívidas durante a troca da tecnologia de motores Euro 3 para Euro 5 (que torna o veículo menos poluente, mas aumenta o custo da produção). A medida afetou boa parte da indústria caxiense durante todo o ano passado, mas, ao contrário da Voges, as outras empresas têm demonstrado certa retomada neste ano.
Nos últimos meses, contou Voges no encontro, ele estaria buscando investidores no mercado para comprar matéria-prima e voltar a produzir. Pedidos, ressaltou ele, não estão faltando.
De acordo com os funcionários, eles estão há pelo menos duas semanas sem trabalhar em função da falta de material. Os fornecedores se negam a entregar matéria-prima por falta de garantia de pagamento e faltam empréstimos para bancar os pedidos.
No encontro desta quarta-feira, conforme os funcionários, Voges ressaltou que pretende conseguir voltar a produzir entre 15 e 20 dias. Ele comentou que não pretende demitir ninguém e que fará de tudo para não ter que vender a empresa, embora a possibilidade seja o "último plano".
Há cerca de um mês, cerca de 170 trabalhadores pediram demissão da empresa. Na época, a Voges firmou um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias e com o Ministério Público do Trabalho para que as rescisões fossem com benefícios. Na última sexta-feira, parte desses funcionários não conseguiu receber os direitos pois a empresa não mandou representante para assinar a papelada alegando problemas com transações bancárias. Diariamente as demissões vêm sendo feitas no Sindicato dos Metalúrgicos, mas parte das rescisões não são feitas por falta de comprovação de depósito bancário.
Procurada pelo jornal Pioneiro, a direção da Voges, por meio de sua assessoria de imprensa, ressalva que não está se negando a pagar as rescisões, mas que, pelo acordo, tem prazo até dia 28 deste mês para quitar as pendências trabalhistas decorrentes desses desligamentos.
Esclarecimentos
Osvaldo Voges reúne trabalhadores de Caxias para explicar dificuldades da empresa
Encontro, a pedido de funcionários, ocorreu na tarde desta quarta-feira
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