Colheita da safra da uva deste ano começará a ser intensificada na Serra a partir da próxima semana

Se as condições climáticas da Serra continuarem favoráveis, a safra da uva de 2013 tende a somar 556 milhões de quilos de uvas, 20% a menos do que no ano passado, época em que foram colhidos 696,9 milhões de quilos da fruta. Apesar do recuo na quantidade, em função da estiagem, a torcida das cerca de 20 mil famílias de produtores da fruta no Estado é que a indústria tenha condições de absorver toda a produção, já que nem a tão propagada qualidade é garantia de venda certa aos viticultores.

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Esse novo desafio ao agricultor surgiu porque, nas duas safras anteriores, o volume de uva aumentou significativamente - 32% de 2010 para 2012 - e as vendas dos produtos derivados da fruta, como vinho, espumante e suco, não acompanharam o acréscimo na mesma proporção. A disparidade acabou fazendo com que o setor tivesse grandes problemas no escoamento de estoquesPara resolver esse impasse, acredita o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, o agricultor precisa perceber que, às vezes, é mais vantajoso reduzir um pouco a quantidade da produção e formar parcerias com indústrias. Dessa forma, com a venda garantida para determinado fim, é possível focar os processos de produção.

- Quando a uva vai ser utilizada para espumantes, por exemplo, a qualidade da acidez é mais importante do que a do grau babo (teor do açúcar). Já para o vinho é o contrário. O agricultor precisa ser mais empreendedor e focar a produção em quem vai comprar o produto, porque boa qualidade todas já possuem - destaca Bottega

Se o futuro do setor vitivinícola provavelmente será focar a produção já pensando exatamente em qual utilização será dada para a fruta, a Vinícola Luiz Argenta, de Flores da Cunha, já está a um passo a frente. Em seus 55 hectares de vinhedos (ao todo a propriedade tem 140), a empresa cultiva 15 variedades viníferas em cerca de 170 mil mudas. A produção é de aproximadamente um quilo por planta, o que totalizará cerca de 180 mil garrafas neste ano.

- Ocupamos aproximadamente apenas 60% da capacidade de cada muda, pois dessa forma a uva fica mais solta, recebe mais sol e se desenvolve de forma uniforme. A parte que é sacrificada na planta é compensada - explica Deunir Luis Argenta, diretor geral da vinícola.

A colheita na Luiz Argenta iniciou na última quarta-feira com a tinta Pinot Noir, utilizada para a elaboração de espumantes. Atualmente, a única que está sendo recolhida é a branca Chardonnay.

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