O presidente das Empresas Randon, David Randon, receberá nesta quinta-feira o troféu Homem de Aço 2012. A solenidade de entrega do prêmio será realizada na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.
Em 1977, o pai de David, Raul, também recebeu o troféu Homem do Aço. A distinção é conferida anualmente pela Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS) a pessoas que contribuem para o desenvolvimento da cadeira produtiva do aço no Estado.
Em entrevista ao Pioneiro, David falou da premiação e também sobre sua relação com a família. O executivo revelou ainda como vem sendo preparada a terceira geração da família Randon para assumir os negócios. Confira alguns trechos a seguir e leia mais na edição impressa do Pioneiro desta quinta-feira.
Pioneiro: Em 1977, o seu pai já havia recebido o prêmio Homem do Aço. O senhor acha que a distinção é um sinal de que estás seguindo o mesmo caminho profissional que ele?
David Randon: O comitê da AARS que escolhe o premiado avalia vários indicadores, como por exemplo, como a empresa cresceu, o que ela consome de aço e a atuação do profissional na comunidade. Isso é o que me deixa satisfeito, porque não só olhando pelo lado do meu pai, que na época também era presidente quando recebeu a premiação, mas vendo também pelo lado de eu estar dando continuidade ao trabalho e mostrando para Caxias que os 12.400 colaboradores das Empresas Randon estão sendo homenageados.
Pioneiro: Como um homem administra um faturamento de mais de R$ 5 bilhões de um grupo de nove empresas?
David: A administração delas exige que haja uma boa estrutura em termos executivos. Dentro da Randon podemos dizer que são as pessoas que fazem a diferença. Temos um trabalho muito forte na área de qualificação das pessoas e nós trabalhamos muito em comitês. O meu comitê, que eu chamo de executivo, é formado por um grupo de oito pessoas. Nós decidimos as conduções das empresas. Eu diria que sem as pessoas tu não consegues fazer com que a empresa cresça e se desenvolva. Claro que também sei que como presidente sou responsável por elas.
Pioneiro: E como o senhor concilia o trabalho com a família?
David: Minha rotina é de executivo. Não dá pra dizer que a gente não consegue conciliar família. Dá pra separar bem a vida pessoal e profissional. Claro que o final do ano e alguns outros períodos são mais complicados porque a dedicação tem que ser um pouco maior, então dificilmente você faz uma vida bem certinha, regrada, como se fosse bater ficha e sair no horário certo. Mas nos últimos anos tenho conseguido administrar bem. No mínimo duas vezes por semana almoço com a minha família e também consigo levar minha esposa e minhas filhas (uma de 23 e outra de 21 anos) em alguns eventos sociais.
Pioneiro: Como foi a preparação para suceder o seu Raul como presidente do grupo Randon?
David: Na verdade é uma questão de muitos anos. Uma sucessão não se dá de um ano para outro. Trabalhamos isso durante mais de 12 anos, tivemos consultorias e claro, houve também uma disposição do nosso presidente-fundador de nos ajudar a fazer essa sucessão. Sem a vontade dele não teria nunca acontecido isso. E por outro lado, tive também o que considero o mais importante, que foi o apoio de meus irmãos, pois eles são acionistas e foi uma decisão interna, familiar, de quem iria assumir a presidência.
Pioneiro: Como está sendo essa preparação profissional da terceira geração da família?
David: Está iniciando. Fizemos um programa individual, chamado de PDI (Programa de Desenvolvimento Individual) para os mais velhos, que já estão na universidade (atualmente são três e a partir do próximo ano serão quatro). Queremos profissionalizar esses jovens para o futuro, seja para eles como pessoas individuais ou então para um futuro dentro das empresas. Isso é importante e é um preocupação nossa. O trabalho já começou há mais de anos, mas agora está começando a se concretizar. Nesse programa deles tem estágios, trainee, estudos lá fora... é uma preparação muito boa pro futuro.
Pioneiro: E quem faz esse programa?
David: É uma profissional que ajuda nesse desenvolvimento. E claro, os pais acompanham também, mas não sempre porque os pais não fazem milagre, não adianta. Eles podem dizer o que é bom para os filhos, mas quem tem que fazer isso de fato é alguém que conheça e imponha metas, assim eles conseguem ir para a frente. Os jovens ouvem os pais, mas quando se fala do lado profissional, individualmente falando, precisa de um profissional.