O cineasta colombiano Daniel Vargas, desde 2007 radicado em Caxias do Sul, assina direção e fotografia do documentário Nacho (apelido de Ignácio), o qual considera o grande projeto de sua vida. Natural de Bogotá, Vargas irá remexer no passado da família para trazer uma história ao mesmo tempo forte e sensível, 35 anos depois: em novembro de 1989, seu pai foi uma das vítimas do voo Avianca 203, destruído por uma bomba em um atentado comandado pelo narcotraficante Pablo Escobar, que vitimou mais de 100 pessoas. O cineasta tinha 10 anos à época.
A história será contada por meio de vídeo-cartas, arquivos pessoais e depoimentos de amigos e familiares, que irão ajudar o filho a relatar para o pai como ele vê o mundo, em primeira pessoa e de forma subjetiva.
- Depois de 25 anos de planejamento, chegou o momento de contar essa história, uma forma de homenagear meu pai. Farei uso, também, de objetos que mostram quem ele é, com elementos que trazem sua memória à vida. Mesmo sendo algo tão íntimo e pessoal, entendo que o público poderá se identificar de alguma forma, pois morte e vida são temas universais - explica Vargas.
Em setembro deste ano, o diretor e o roteirista André Luís Garcia passaram 10 dias na Colômbia fazendo novas pesquisas e iniciando a captura de material para o documentário. O projeto é da produtora audiovisual Chamán Films e conta com recursos da Lei Paulo Gustavo de fomento cultural.