Nesta sexta-feira (19), o grupo Ialodê não apenas ocupará o palco do Teatro do Sesc Caxias do Sul. Não prometem apenas tocar uma série de canções com a ginga e o batuque do Brasil. Mas, a partir da música, elas vão evocar o poder da ancestralidade da comunidade negra, revisitando desde suas raízes espirituais até os tempos de luta (que parecem nunca ter fim).
A depender do set list do show gravado há pouco mais de dois anos, em abril de 2021, no Salão de Atos da PUCRS, em Porto Alegre, a apresentação desta sexta, às 20h, deve abrir com Yalodê, composição de Glau Barros, Loma Pereira, Marietti Fialho e Nina Fola, quatro das principais vozes da música negra do Rio Grande do Sul. O quarteto é acompanhado de uma banda composta por cinco musicistas, que, juntos, participam de uma turnê pelo Estado organizada pelo Sesc, que se encerra em Caxias do Sul.
No repertório, tem desde o doce balanço Ao Som do Pandeiro, que lembra “as mais lindas melodias”, trazendo à cena memórias afetivas da compositora Marietti Fialho, até o samba Fuxico, outra criação do quarteto, uma espécie de crônica, com o divertido refrão: “faz fuxico pra vender, faz fuxico da vida alheia, fuxicando vai levando a história da aldeia”.
Contudo, há também a potente canção Quilombola, composta por Loma Pereira, considerada a representante máxima do maçambique, ritmo afro-gaúcho do Litoral Norte do RS. Loma já gravou com nomes como Elis Regina e Gilberto Gil e conquistou duas vezes o Troféu Açorianos. A potência de Quilombola vem de versos pungentes: “Trago a força da África Mãe e a resistência da negra cultura, eu ajudei a erguer o país, que a ferro e fogo me fez prisioneiro”.
Ialodê, para além de uma proposta musical, é aula de história, antropologia e sociologia. É a vida como ela é, musicada, por vezes em um doce lamento, com ginga, com referências de uma sonoridade que veio do outro lado do oceano Atlântico, com influências dos pais dos pais dos pais, mas também na cadência de vozes que são sempre resistência.
E como elas entoam em Pretas da Guiné: “com a minha mãe pra me valer e com meu pai Oxalá, não há nada o que temer”.
PROGRAME-SE
- O quê: show com o grupo Ialodê.
- Quando: sexta-feira (19), às 20h.
- Onde: Teatro do Sesc Caxias do Sul (Rua Moreira Cesar, 2.462).
- Quanto: ingressos à venda no Sesc, por R$ 20 (usuários do cartão Sesc/Senac nas categorias Comércio e Serviços ou Empresários, estudantes, idosos acima de 60 anos, professores, classe artística, pessoas com deficiência e doadores de sangue). Para o público em geral, R$ 40.
- Mais informações: pelo telefone (54) 3209-8250 ou WhatsApp (54) 98407-0351.