Onze trabalhos — a maior parte deles inéditos — poderão ser apreciados pelo público a partir da sexta-feira na Galeria de Artes do Centro de Cultura Ordovás, em Caxias. São fotografias, videoperformances e instalações que compõem a exposição Multiplicidade não tem sujeito nem objeto, do Coletivo UN. Esta é a segunda mostra individual do grupo, que é formado pelos artistas Marina Rombaldi, Nicole Martinato e Nilton Dondé.
A exposição é um recorte de obras que vêm sendo desenvolvidos desde 2019 pelo trio. Para Marina, o trabalho lança uma espécie de olhar investigativo sobre as relações coletivas e individuais, colocadas em contraponto. O texto curatorial é de Glaucis de Morais.
— Tem uma coisa que é bem recorrente no nosso trabalho, enquanto coletivo, que é uma espécie de fio, uma linha condutora, que vem desde o início, em 2018, perpassando todos os outros. Frequentemente, a gente trabalha as mesmas questões. E, principalmente, trabalhamos essa ideia de co-criação, de co-habitação, tentando acessar a subjetividade coletiva — detalha.
A intenção de explorar os diversos tipos de linguagens e manifestações artísticas também permeia o trabalho do Coletivo Un. Marina explica que o mesmo trabalho pode ser revisitado, na mostra, em diferentes formatos.
— Em 2018, 2019, a gente se encontrou muito na performance. A partir disso, começamos explorar a tridimensionalidade do espaço. Teremos videoarte, videoperformance, instalações, fotografias... É uma exposição onde o público não terá um ponto de partida e uma linha de chegada — acrescenta a artista.
A mostra Multiplicidade não tem sujeito nem objeto ficará disponível para visitação até o dia 24 de julho e conta com duas atividades extras. Durante a abertura, na sexta, haverá uma mediação guiada com os artistas do coletivo. Já no dia 16, sábado, às 16h, ocorrerá uma ativação performática em grupo, intitulada Tão complexo quanto operar em coletivo. O ponto de partida será no Centro de Cultura Ordovás, com passagem pelo centro da cidade. Para participar de ambas as atividades é preciso se inscrever na página UAV DIGITAL (sites.google.com/view/uavdigital).
Sobre afetos e encontros em Caxias
No vai e vem de carros, na rotina de casa para o trabalho, no concreto que constitui os prédios, no engessamento do cotidiano, talvez seja realmente fácil esquecer, mas uma cidade também é constituída por afetos, por pessoas e por encontros. Estas são algumas das reflexões e provocações de outra exposição que também ocupa o Centro de Cultura Ordovás a partir das 18h de sexta.
A mostra Encontros, em cartaz até 24 de julho na Sala de Exposições, convida o público a refletir sobre as histórias, memórias e sensações proporcionadas pelo espaço urbano. A proposta é compor uma mapa afetivo de Caxias do Sul, a partir de textos, imagens, objetos e conteúdos audiovisuais captados em diversos endereços, como a Rodoviária, o Parque dos Macaquinhos e a Praça Dante Alighieri. Os trabalhos são assinados por Darlan Gebing, Marcelo Pedroso, Vini Agliardi e Vinicius Guerra, com recursos do Financiarte 2021. A curadoria é de Glaucis de Morais.
— A ideia desta exposição surgiu durante o isolamento social imposto pela pandemia e a partir de encerramentos de ciclos que provocaram reflexões acerca das perdas que ocorreram ao longo dos últimos dois anos. Percebi que o meu corpo e o meu estar na cidade ficaram mais sensíveis. Foi quando me dei conta do quanto um simples encontro pode transformar a vida das pessoas, e não temos noção da dimensão das mudanças que vão acontecer antes que elas aconteçam — explica Gebing.
PROGRAME-SE
O quê: exposições Encontros e Multiplicidade não tem sujeito nem objeto.
Quando: a partir de sexta-feira, até 24 de julho.
Horário: a exposição Encontros abre às 18h, enquanto a mostra Multiplicidade não tem sujeito nem objeto inicia-se às 19h.
Onde: no Centro de Cultura Ordovás (Rua Luis Antunes, 312).
Quanto: entrada gratuita.
Informações: nas páginas do Instagram @encontroscxs e @coletivoun.