Em 2015, a artista visual caxiense Jaque Pauletti lançou o livro Fridinhas Para Colorir, uma homenagem à artista mexicana morta em 1957, mas que segue viva como inspiração por sua arte e história de luta nos 47 anos em que viveu. Cinco anos depois, Jaque revisita (e colore) os desenhos que compuseram a obra para lançar a exposição virtual Jardim Secreto da Frida _ Um Olhar sobre a Primavera, que inaugura nesta terça-feira nas plataformas digitais do Sesc-RS.
Utilizando técnicas mistas sobre tela, os quadros retratam "fridinhas e "fridocas", como brinca a artista, ao se referir a versões da artista que vão da infância à velhice. São 17 obras, selecionadas entre mais de uma centena de um período em que Jaque iniciou despretensiosamente a retratar Frida Kahlo, como forma de treinar o traço, mas cuja publicação (uma sugestão do marido para aproveitar o boom dos livros de colorir) se tornou sua campeã de vendas:
- É incrível a quantidade de gente que conheci e que tem Frida como um ícone. Muitas pessoas passaram a me encomendar as ilustrações em tela. Para a exposição separei um recorte de obras que trazem o tema da primavera, às vezes alegoricamente, em jardins oníricos, em que cada Frida tem está inserida num cenário que tem algo a dizer.
Jaque, que nos últimos anos vem superando problemas de saúde, como um câncer de mama e a extração de um rim por conta de um tumor maligno, também comenta que Frida, cuja trajetória é marcada pelo combate a doenças e dores crônicas, passou a ser uma inspiração para ela mesma:
- Ao longo do tempo esse trabalho passou a ser mais conceitual, levando em conta tudo o que a Frida representa para o feminismo e como um ícone de resiliência e vontade de viver, especialmente para as mulheres.
Sobre a estreia no modelo virtual, a caxiense diz estar ansiosa. Considera que os ambientes virtuais são uma alternativa de reinvenção nos tempos de pandemia, mas que não deve se tratar da mera migração temporária do físico para o virtual, sem explorar possibilidades que ajudem a oferecer uma experiência mais rica.
- A visita virtual não substitui a experiência do olhar à obra física, de se demorar mais em uma do que em outra, de poder enxergar cada pincelada do artista, mas tem um lado positivo, que é um acesso mais abrangente. Queremos atrair mais visitantes com um trabalho bem legal de making-off, com pequenos vídeos em que eu falo sobre os desenhos, e que serão lançados nas redes sociais durante o período da exposição - conta Jaque.
Além da reprodução de cada obra, a exposição pode ser visitada através de um passeio em vídeo, a partir de hoje, pelas redes sociais do Sesc Caxias do Sul (@sesccaxiasdosul), no Facebook e no Instagram.
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