Conteúdo produzido pela jornalista Alessandra Rech, especial para o Almanaque.
Em tempos em que a opinião transcende o debate doméstico e se torna parte notável da identidade nas manifestações cotidianas nas redes sociais, o tema Qual é o seu mundo?, proposto pela Associação Sala de Arquitetos para a Mostra Arqart, realizada no Complexo Fabbrica, em Caxias do Sul, no mês de setembro, funcionou como uma provocação: a personalidade pode – e deve – ser expressa nos ambientes. Nada mais sem graça do que uma combinação perfeita de objetos e quadros que sirva apenas à harmonia estética, sem traduzir o gosto e, mesmo, as contradições do morador.
Passear pelos 23 ambientes da mostra, que mobilizou 30 associados e 19 artistas, em uma semana intensa de atividades culturais, possibilitou ter uma ideia de como trazer a arte para mais perto, criando ambientes plenos de expressão.
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Um destaque da mostra foi a possibilidade de adquirir obras de arte acessíveis, como apontam Adriane Karkow e Adriane Cesa, presidente e vice-presidente da associação:
– Os artistas destinaram lotes de 10 peças cada um a preços mais acessíveis, possibilitando a aquisição de bom número de obras – afirma a presidente.
O público superou as expectativas, ficando em torno de 3,5 mil pessoas. Os artistas Fernando Baril e João Bez Batti, os designers Paulo Sartori e Rodrigo Ohtake, e a professora Silvana Boone foram alguns dos convidados a debater.
Dicas
Vestir a casa com obras de arte, peças decorativas ou retratos de família requer alguns critérios. De acordo com o arquiteto Rodrigo Dallegrave, para não errar, a recomendação é observar a simetria não só entre os elementos da parede, mas no espaço como um todo. Tamanho dos quadros, dimensão do espaço, presença de janelas e iluminação estão entre as variáveis. Acompanhe as dicas:
:: Procure ter identificação com a obra que vai adquirir;
:: Quanto às molduras, elas não precisam combinar entre si. Devem estar em relação com a obra. Em geral as mais leves são mais acertadas, mas determinada obra pode pedir algo mais rebuscado. Entre os apreciadores de arte, estão em baixa os vidros antirreflexo, por distorcerem a imagem;
:: Embora o chão algumas vezes seja uma opção para apoiar quadros grandes, a sugestão do arquiteto é se valer desse princípio sobre raques ou nichos – uma forma de proteger a obra;
:: Recurso importante para valorizar a decoração, o foco de luz deve observar duas regras: temperatura baixa, para não danificar a obra (melhor opção são as lâmpadas de LED) e a cor. A amarelada não interfere nas cores da imagem.