Às 19h19min, de sexta-feira, em uma primavera com cara de outono, cujo termômetro registrava 13ºC, o poeta Delcio Agliardi tocou a sineta como símbolo da abertura da 35ª Feira do Livro de Caxias do Sul. A programação estende-se até o dia 13 de outubro, com atividades gratuitas na Praça Dante Alighieri e nos espaços da Casa da Cultura, do Teatro Municipal Pedro Parenti, da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer e da Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim.
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No palanque oficial havia um livreiro, dois petas e dois leitores, que nesta mesma ordem discorreram a respeito da importância do evento para Caxias e citaram importantes autores da literatura mundial como Mario Quintana, Jorge Luis Borges e Valter Hugo Mãe.
O primeiro a discursar foi Arcângelo Zorzi Neto, presidente da Associação dos Livreiros Caxienses (Alca). Em uma breve linha história, explicou que a primeira Feira do Livro em Caxias foi realizada em 1975, com duas bancas (Sulina e Martins Livreiro), na Sinimbu, em frente à Catedral Diocesana de Caxias. E que foi apenas em 1984, por conta de uma lei municipal instituindo o evento, que a prefeitura deu início à Feira do Livro como hoje os caxienses conhecem.
— Que seja a melhor feira de todas — desejou Maneco.
Cada feira é uma feira, mas como superar a de 1984, em que Mario Quintana, o poeta gigante que parte da crítica tratou de encolher, era o astro? É de Quintana a estrondosa frase, citada por Maneco: "O verdadeiro analfabeto é o que sabe ler e não lê".
A seguir, foi a vez da poetisa e professora Bernardethe Zardo, que ocupa a cadeira número 31 da Academia Caxiense de Letras e é a amiga do livro desta edição. Fazendo jus a seu ofício de poetizar a vida, tratou de declamar: "Quem fala nesta praça são os livros".
Então, eis que o patrono e também poeta, Delcio Agliardi, recebeu as honras de meio dedo de prosa. Como educador, não perdeu tempo e reforçou a importância da literatura, como bem disse ser "um direito fundamental". Entendendo bem a posição que ocupa, que é empunhando um cetro, mas do homem que carregará por todo sempre o título de patrono dos livros, requereu mais investimento público para a cultura.
— As políticas públicas de fomento são indispensáveis — defendeu, com um olhar de esperança, porque Delcio bem conhece todos os percursos da literatura, não apenas como fábula, mas como educador, escritor e leitor.
Falando em leitor, eis que coube às autoridades máximas da política caxiense presentes ao evento o fechamento da solenidade. Primeiro, o leitor e secretário municipal da Cultura, Joelmir da Silva Neto, que se limitou a saudar os já citados pelo protocolo, e complementou:
— Esperam-se mais de 250 mil pessoas até o final da feira e mais de 30 mil entre crianças e adolescentes que já estão agendados, fora os que virão à feira com os pais, como o meu filho, que aqui está com a minha esposa.
E para encerrar a manifestação oficial, a plateia ouviu atentamente a primeira-dama, Andrea Marchetto Guerra, trazer à tona uma necessária observação.
— É importante refletir o papel da cultura em nossas vidas — disse, ao referenciar a presença dos escritores na Feira do Livro.
A primeira-dama representava o marido, o prefeito Daniel Guerra, que não esteve presente ao mais importante evento cultural da cidade. Protocolo encerrado, ocupou o palco a Banda Mais Bonita da Cidade, convidada para abrir oficialmente a 35ª edição da Feira do Livro.
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