Sábado, 23 de novembro de 1991. Em comunicado aos fãs e à imprensa, poucas horas antes de sua morte, Freddie Mercury admite publicamente ser soropositivo, fazendo um apelo para que todos se juntem “na luta contra essa terrível doença”. A despedida precoce, aos 45 anos, não impediu que o vocalista do Queen se tornasse símbolo de uma geração que cantou o desejo de ser livre.
Para além do legado artístico imortalizado em hits como Bohemian Rhapsody e Somebody to Love, foi o lado humano do músico britânico que serviu de inspiração para o espetáculo Freddie Rock Star - The Show Must Go On, que inicia nesta quinta-feira (1º) uma temporada de seis apresentações no Centro de Cultura Ordovás, em Caxias do Sul. Em cena, o catarinense Fábio Schmidt encarna as múltiplas faces de Mercury, das performances impecáveis diante de multidões aos momentos de fragilidade e solidão junto das drogas.
— Queríamos trazer algo diferente do que já existia no mercado, até porque muitas bandas fazem cover do Queen. A nossa proposta é diferente: oferecemos um texto que fala de um Freddie humano, alguém que vive intensamente seus amores e conflitos — assegura Schmidt, que vive o personagem há três anos.
Em que pese a semelhança física com Freddie Mercury, a peça também acerta ao mesclar diferentes linguagens, transitando facilmente da dramatização biográfica aos números musicais, um prato cheio para agradar tanto os fãs da banda britânica quanto os apreciadores das artes cênicas.
Outro aspecto que merece destaque, sem dúvida, é a proposta de manter o espetáculo em cartaz para seis sessões. Temporadas longas de uma mesma montagem são incomuns em cidades do interior, longe do circuito das grandes produções.
— Fizemos seis temporadas em Belo Horizonte, nunca com menos do que seis apresentações. Por que não faríamos em Caxias? O Freddie é realmente muito atraente para o público, um verdadeiro ídolo. Além disso, passamos tanto trabalho para fazer a montagem, ensaiar e divulgar, que acho até injusto apresentar apenas uma noite e desmontar tudo. Seria muito trabalho para pouco prazer — diverte-se o protagonista, radicado na Serra desde agosto do ano passado e confiante no potencial da região para abraçar mais opções artísticas.
Com dramaturgia do mineiro Juarez Guimarães Dias, a montagem fez sua estreia em novembro de 2016, em Belo Horizonte – muito antes de Rami Malek levar multidões aos cinemas para assistir à cinebiografia que lhe rendeu o Oscar de melhor ator. Desde então, foram mais de 40 apresentações, sempre com casa cheia. Mais uma prova de que o legado de Freddie Mercury segue em evidência, unindo gerações de fãs, mesmo passados quase 28 anos daquele fatídico novembro.
PROGRAME-SE
:: O que: espetáculo Freddie Rock Star - The Show Must Go On.
:: Quando: sessões dias 1º, 2, 3, 8, 9 e 10 de agosto, sempre às 20h.
:: Onde: Sala de Teatro Professor Valentim Lazzarotto, no Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312).
:: Quanto: ingressos por R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada), à venda na livraria Do Arco da Velha e na entrada do teatro, nas noites de show.
:: Duração: 90 minutos.
:: Classificação: 16 anos.