Dos mais conhecidos colegas de ofício, como David Copperfield ou Harry Houdini, o que mais agrada ao jovem caxiense Ricardo Elias, 24, é David Blaine. Isso porque foi esse norte-americano quem tirou a arte mágica dos palcos e a levou para as ruas, olhando nos olhos e cativando as pessoas para depois enganá-las com seus truques.
— O mágico engana honestamente — define o jovem, que tem sido visto pelos parques e pela noite caxiense com sua boina, óculos, sorriso dissimulado e lábia afiada para desviar a atenção das mãos ágeis onde a mágica acontece.
Enquanto outros artistas do ramo na cidade atendem a festas e eventos, levar a mágica para as ruas é um diferencial de Ricardo, que também se apresenta sob o nome artístico Little Richard. Há cerca de um mês frequentando o Parque dos Macaquinhos aos finais de semana e com parceria para trabalhar de terça a sábado no Mississippi Delta Blues Bar, suas mágicas começam a fazer sucesso. São truques com baralho, bolinhas, cordas, pequenos objetos que permitem a abordagem inesperada e espontânea, o que faz com que aqueles que recebem a sua mágica, impressionados, logo queiram compartilhar nas redes sociais, além de eventualmente convidá-lo para atuar na sua escola ou no seu evento.
—Muitas pessoas já começam a gravar enquanto a mágica está acontecendo, ou pedem para repetir para elas gravarem. Também há aqueles que pedem uma foto comigo para registrar aquele momento diferente que elas viveram — conta.
Oferecer uma experiência incomum para as pessoas que estão na rua ou na noite, em seu momento de lazer, é o barato da chamada "street magic". Por sua peculiaridade, traz ao mágico um desafio além de acertar o truque: para poder mostrar seu trabalho, é preciso garantir a atenção prévia de desconhecidos, sendo ele mesmo um desconhecido numa era de desconfiança e de reações intempestivas.
— Tanto quanto estudar os números, a abordagem é muito importante para o mágico de rua. Aproximar-se do jeito certo, fazer com que a pessoa que vai ganhar a mágica se sinta especial naquele momento de troca. Convencê-la de que, por um breve momento. ela poderá sair da sua realidade para voltar a ser criança — divaga.
Embora jovem, o envolvimento de Ricardo com a mágica já é de quase duas décadas. Começou aos seis anos, quando ganhou o primeiro kit de mágica de presente do pai. Daquele Natal em diante, o interesse nunca arrefeceu.
— Sou aquela criança que ganhou um brinquedo e nunca mais largou. Fiz cursos em São Paulo, estudei a arte, os mágicos do passado, frequentei diversos fóruns na internet, desde o extinto Orkut. A internet é uma fonte importante de troca de conhecimento entre os mágicos — comenta.
Além de incrementar ainda mais suas apresentações, Ricardo, que também é estudante de Engenharia Elétrica na UCS, projeta abrir uma academia de mágica em Caxias ainda este ano. Além de apresentações, quer oferecer e trazer cursos e oficinas, para difundir ainda mais a arte.
Mais
Para conhecer melhor o trabalho do Ricardo, é possível encontrá-lo no Intagram (@–ricardoelias) ou no Facebook (/oricardoelias)
Leia também
Bairro Colina do Sol vai ganhar Fluência Casa Hip Hop
Agenda: Júlia Pellizzari abre exposição "CRUA e NUA" no Reffugio, em Caxias
Jussára Godinho lança livro de poesia neste sábado, em Caxias