Ele é figura comum no cardápio das festas juninas, mas não é somente no inverno que o amendoim está presente na mesa dos brasileiros. Além da versão tradicional, em grãos, hoje é possível encontrar no mercado diversos derivados da leguminosa, como a pasta, o leite e a farinha. Versátil, esse alimento de origem sul-americana vai bem em preparações doces e salgadas e pode entrar na dieta, com moderação, em vários momentos do dia. Apesar de ser um alimento bastante energético (ou seja, calórico), o amendoim traz diversos benefícios para a saúde.
— Sendo uma leguminosa, ele é uma das principais fontes de proteína vegetal. Em 100 gramas de amendoim cru, temos 27 gramas de proteína, 20 gramas de carboidrato, oito gramas de fibras e 43 gramas de gorduras — descreve a nutricionista esportiva funcional Anne Porto Dalla Costa.
O amendoim também oferece gorduras monoinsaturadas que, conforme a nutricionista clínica e esportiva Viviane Braz, são aquelas que ajudam a melhorar os índices do bom colesterol e ainda trazem sensação de prazer.
— A versão com casca também tem resveratrol, substância bem conhecida nas uvas — diz Viviane.
Mas é bom ficar atento às quantidades. Por ser rico em gorduras, o alimento é bastante calórico — 100 gramas têm, em média, 700 calorias. Portanto, deve ser consumido com parcimônia por quem quer emagrecer.
— Para as pessoas que precisam perder peso, eu recomendo não comer diariamente e restringir a porção a 30 gramas do grão cru ou tostado, misturado com outras proteínas. Para quem já tem o peso adequado, o consumo regular é bem interessante — sugere Viviane.
De olho nos aperitivos
Lembre-se: os benefícios valem somente para os grãos in natura. O famoso amendoim japonês, muito consumido como aperitivo, entra na categoria dos processados.
— Além de amendoim, ele contém farinha, açúcar, shoyu, sal, amido, fermento e realçador de sabor glutamato monossódico. É um produto altamente processado e de conteúdo mais calórico e prejudicial do que o amendoim natural — destaca a nutricionista Anne Porto Dalla Costa.
As formas
Cru ou torrado?
Alguns estudos sugerem que a versão torrada é mais alergênica do que a crua, mas ainda não há um consenso sobre isso na ciência. O que se sabe é que, ao passar pelo forno, a leguminosa torna-se mais calórica.
Doce
Como é preparado com açúcar refinado, o popular "cri-cri" não traz tantos benefícios. A dica é optar por uma receita com açúcar mascavo. Vale o mesmo para as paçoquinhas: prefira as opções que não tenham açúcar branco.
Derivados
Pasta, leite e farinha de amendoim oferecem as mesmas qualidades do grão natural. No entanto, por ter uma fração líquida, o leite pode ter menos fibras.
Como escolher
Na hora da compra, vale a regra de ouro da alimentação: leia os rótulos.
— Se houver gordura (óleo vegetal ou gordura vegetal) entre os ingredientes, o amendoim pode ter sido frito, e não assado — alerta Anne.
Outro cuidado fundamental é buscar produtos que tenham o selo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Isso garante os padrões de qualidade do alimento. Sempre que possível, busque informações sobre a safra dos grãos e dê preferência aos mais novos. Como tem gorduras, há risco de o produto ficar rançoso.
Preparo
Para tirar os chamados fatores antinutricionais, Viviane sugere que os grãos sejam deixados de molho por quatro horas. Depois disso, escorra e seque os amendoins no forno pré-aquecido.