Há alguns dias acordo em uma cidade gris. Não é Caxias, mas me põe num humor familiar, talvez pela garoa. Porque de resto, difere muito de casa. Aqui, nesta época do ano, a luz é a mesma desde as sete da manhã até as seis da tarde, o que me desorienta um pouco. Volta e meia há um cheiro forte de mar, que vem do nada e para o nada se dissipa. Se ando por uma rua vazia e de repente viro à esquerda, posso encontrar um engarrafamento terrível ou uma huaca, uma enorme pirâmide, talvez uma fonte ou uma escultura. Estou em uma cidade espalhada, imensa, cheia de gente, uma cidade viva.
GZH faz parte do The Trust Project