Ao menos três navios da MSC, uma das maiores companhias privadas de cruzeiros do mundo, já navegaram em águas brasileiras, mas é o novo transatlântico da empresa o primeiro a ter a cara do Brasil. Com superfícies envidraçadas e corredores externos, inspirados em residenciais de praia, o Seaview, lançado no início de junho em Gênova (Itália) — com cerimônia que contou com a presença da atriz Sophia Loren, madrinha da companhia —, proporciona ao hóspede a possibilidade de ver o mar e a luz do sol de todos os lados.
Construída para climas quentes — são oferecidos 11 tipos de cabine, a maioria delas com varanda —, a embarcação fará uma dobradinha entre os verões europeu e brasileiro. Desde 10 de junho está em temporada no Mediterrâneo, passando por Gênova, Nápoles e Messina (Itália), Barcelona (Espanha), Valeta (Malta) e Marselha (França). Em 2 de dezembro chega ao Brasil e, por aqui, visita Porto Belo e Balneário Camboriú (SC), Ilhabela (SP), Ilha Grande e Búzios (Rio de Janeiro), Ilhéus e Salvador (Bahia).
A expectativa pela vinda do Seaview é grande, e pacotes já estão sendo vendidos pelas agências desde o início do ano. O primeiro cruzeiro da temporada brasileira só sai em 7 de dezembro, do porto de Santos. O frenesi em torno da novidade da MSC tem motivo: embora não seja o maior navio em dimensões, ele é considerado o maior a navegar em águas brasileiras nesta temporada em função de tudo o que oferece. Com acomodações preparadas para receber 5.331 hóspedes, o gigante tem 18 andares (embora o 17° não exista, em função de uma superstição italiana), mede 323 metros de comprimento e pesa mais de 153 toneladas. O MSC Preziosa, por exemplo, o maior até então a navegar no litoral brasileiro, acomoda 4,3 mil hóspedes, mas também tem 18 andares e mede, em comprimento, 333 metros.
*A jornalista viajou a convite da MSC Cruzeiros
Saídas do Brasil são mais caras
O Seaview fará temporadas nos verões da Europa e da América Latina com a mesma estrutura, mas não com os mesmos preços. Por incrível que pareça, as viagens por São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Bahia custarão mais caro do que aquelas que passarão por Itália, Espanha, Malta e França (isso sem contar com as passagens aéreas para chegar até o destino).
A justificativa, segundo o diretor comercial da MSC Cruzeiros, Ignacio Palacios, são as taxas cobradas pelos portos brasileiros. Ele ainda explica que os preços das cabines em um cruzeiro variam como os de passagens aéreas, já que levam em conta as ofertas, data e duração da viagem. Para se ter uma ideia, embarcando em Nápoles (Itália) em setembro, e passando por cidades de Itália, Malta, Espanha, França, em julho, era possível comprar pacotes de oito dias e sete noites, em uma cabine interna, a partir de R$ 6.098 por adulto. Já uma cabine com vista para o mar, no mesmo período, custava um pouco mais: a partir de R$ 7.358,20 por adulto.
Para quem desejasse usufruir de uma das 86 cabines do Yatch Club — área restrita dentro do navio, com piscina exclusiva e serviços, como o de mordomo 24 horas e menu de travesseiros (!), a experiência não saía por menos de R$ 11.678,20. Para a temporada em águas brasileiras, embarcando em 15 de dezembro, passando por Santos, Búzios, Salvador, Ilhéus e Ilha Grande, com o mesmo número de dias e noites, e também comprando em julho, o pacote de cabine interna custava a partir de R$ 6.909 por adulto. Com cabine com vista para o mar, custava R$ 7.259, e a experiência no Yatch Club, mas essa só com partidas disponíveis em março de 2019, não saía por menos de R$ 16.960.