O 46º Festival de Cinema de Gramado é espaço para muitas novidades cinematográficas, claro, mas é também terreno fértil para reflexão. Um exemplo são os debates dos filmes, realizados sempre na manhã seguinte às exibições. Durante o papo sobre o longa "Simonal", por exemplo, elenco e equipe conversaram com o público sobre assuntos muito atuais levantados na telona, como as chamadas fakenews, a polarização ideológica e o racismo.
— O filme traz o caos que já era (na época) com relação à direita e esquerda e de como o racismo está para além disso, de como é mais delicada a situação. Independente de você estar de um lado ou de outro, você é negão neste país e você vai ter que lidar com isso a sua vida inteira. Não tenho dúvida, isso eu sinto na pele. Tem um lugar de rei que esse cara (Simonal) ocupou e puxaram o tapete dele, e quem virou rei foi o Roberto Carlos — opinou o ator Fabricio Boliveira, protagonista do filme.
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Já durante a tarde da terça o debate que tomou conta do festival teve relação com o novo edital da Ancine. Vários realizadores presentes questionaram o modelo atual do edital.
Bem, mas além de refletir sobre cinema, o Festival de Gramado também incentiva a valorização de quem trabalha pelo desenvolvimento dessa arte. É o caso da uruguaia Natalia Oreiro, que recebe o kikito de cristal na noite desta quarta, no Palácio dos Festivais. Ela acumula pelo menos 18 prêmios por conta de suas atuações marcantes e, em Gramado, representará a força do cinema latino.
A programação da noite desta quarta também conta do longa Averno e dos curtas Estamos Todos Aqui e Nova Iorque. As sessões começam às 18h.