Me disse uma amiga que a revolução teria que ser amorosa e violenta. Por dias fiquei pensando no quão contraditório aquilo era. Até que me dei conta de que amar como bicho, amar violentamente não era uma coisa desconhecida para mim. E não era nada passivo, não era paciente, nunca foi. Não é e não será. O amor é bruto e urgente. Pense. Você não defenderia alguém que ama com toda a força que tem? Não fazemos mesmo o que alguns chamam de loucura, quando amamos alguém? Não imaginamos os caminhos possíveis para marcar a felicidade de um irmão, uma mãe, uma esposa, filhos, amigas? Não? Quando amamos fartos? A imagem que fica é a do estudante com a flor na frente do tanque de guerra. Mas como foi que ele chegou ali? Que forças o fizeram arrancar a flor e plantá-la ali na história?
Opinião
Natalia Borges Polesso: turbulência pacífica
Escrevo essas ideias, enquanto o avião se afastava de Porto Alegre
Natalia Borges Polesso
Enviar email