Os acordes de ritmos como jazz, samba, bossa nova e clássicos como Beethoven vão ecoar por diversos blocos da Universidade de Caxias do Sul, nesta terça-feira. Em dois horários, quem passar pela Cidade Universitária e pelo Campus 8 poderá assistir, ao vivo, às performances de nove grupos de Câmara da Orquestra Sinfônica da Universidade do Norte do Iowa, nos Estados Unidos, que estão na Serra desde o último domingo para cumprir uma agenda de apresentações tendo como anfitriã a Orquestra Sinfônica da UCS (Osucs). A comitiva é formada por 50 pessoas, somando-se os 48 músicos, a maestrina, Rebecca Burkhardt, e um acompanhante.
O cronograma tem início às 12h30min, no UCS Teatro, com entrada gratuita. Integrando a programação do projeto Música às 12h30, os pequenos grupos se revezarão no palco para mostrar de clássicos da música erudita a composições próprias. Entre os que se apresentarão, está o Uni Bass Quartet, quarto de contrabaixos que abrirá sua participação com Wave, de Tom Jobim.
— Gostamos de tocar músicas brasileiras. Wave tem uma melodia linda, e todo mundo conhece. Nos Estados Unidos, é tocada na escolas, e quando ficamos sabendo que viríamos para o Brasil, decidimos que tínhamos que tocá-la aqui — afirma Bridget Shoemaker.
Hoje, aos 20 anos, Bridget começou a aprender baixo quando tinha oito anos. Além de estudar jazz, ocupa seu tempo com lições de química orgânica e cálculo do curso de bioquímica
— Digo que é interessante tentar encontrar um equilíbrio entre música e ciência. Nos Estados Unidos, há bastante preferência em inserir músicos na área científica porque se acredita que têm maior habilidade para trabalhar em equipe. A música reforça sua capacidade mental de compreender diferentes aspectos de diferentes problemas — diz ela, orgulhosa das oportunidades que a música tem lhe proporcionado:
— Acho que nossa geração de músicos tem muita sorte. Temos visto uma mistura de estilos culturais, pegando, por exemplo, clássicos e misturando com música brasileira e cubana. Há muita inovação sendo feita. Você tem gente pegando música clássica e fazendo jazz, pegando jazz e fazendo música clássica. É muito empolgante ver o que pode ser feito.
Julian Castillo, 19, toca oboé desde os nove. Graduado em Música, atualmente estuda administração e sistemas de informação e hoje poderá ser visto em dois momentos. Com o Woodwind Trio, formado também por um clarinete e um baixo, executará música francesa clássica ("É interessante como o som dos três instrumentos se funde", diz). Já o Oboe Trio mostrará composições de Beethoven.
— Participar de grupos menores é muito importante para todo músico sério, porque é muito diferente do que tocar em uma grande orquestra. Você tem que escutar mais, prestar mais atenção em seus pares — salienta o jovem.
Mais experiente entre os três, Metro Lyle, 25, estuda música há 14 anos. Começou a estudar trompete aos nove e atualmente é graduado em ensino de jazz.
— As novas gerações estão muito abertas à música erudita. É minha segunda vez no Brasil. Quatro anos atrás estive em Salvador com um grupo de jazz e o público lá adorou.
Além do Música às 12h30, os grupos se apresentarão das 19h às 19h40 na Galeria Universitária, nos blocos 58 e F e no Campus 8. Na quarta-feira (14), também às 19h, os grupos se apresentam no Campus Universitário da Região dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.
No palco do Mississippi
A função continua no Mississippi Delta Blues Bar, em São Pelegrino. Às 20h, desta terça-feira, com entrada gratuita, o Jazz Combo, formado por Lyle, Bridget, Andrey Floryanovich (tenor sax), Tom Mortenson (trombone), Andrew Wiele (piano) e Clayton Ryan (bateria) sobe ao palco para apresentar um repertório baseado em canções brasileiras, entre elas peças da trilha sonora de Orpheu Negro, filme ítalo-franco-brasileiro de 1959, com roteiro adaptado a partir da peça teatral Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes. O sexteto também conta com duas composições escritas por Lyle, uma delas arranjada como um samba.
— Num pub você pode definitivamente sentir a vibe vindo da plateia para os músicos e vice-versa. No teatro, você os sente (os espectadores), mas é mais formal. É parecido, mas, de certa forma, é muito diferente — compara o trompetista.
Trilhas de filmes
Na quinta-feira, às 20h30min, as duas orquestras apresentam no UCS Teatro o concerto de abertura da temporada 2018 do programa Quinta Sinfônica. O repertório é formado por trilhas sonoras de filmes. Os ingressos podem ser adquiridos na UCS Store (Galeria Universitária) e na Livraria do Maneco (Centro). Os valores variam de R$ 10 a R$ 40, com opções de meia-entrada.
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