Cesare Machado não é cozinheiro profissional, nem trabalha com comida. A gastronomia é apenas um hobby do vendedor internacional de 62 anos. Amante da culinária italiana e de frutos do mar, Machado também não dispensa a preparação de um bom churrasco. Foi com esse prato que participou das eliminatórias do MasterChef Brasil 2018, exibido na última terça-feira pela Band, sem sucesso.
Foram várias etapas até ficar entre os 38 melhores cozinheiros amadores do país. Após questionários, vídeos e provas, ele chegou às eliminatórias, em duelo com um padre natural de Tietê (SP). Na prova, teve apenas 45 minutos para a preparação de uma picanha com farofa de bacon, molho chimichurri e pimentões assados. Ao final, quando entregou, os chefs Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella elogiaram alguns pontos do prato, porém, o objetivo não foi atingido.
A convite do Almanaque, Machado preparou o mesmo prato, mostrando a maneira correta que gostaria de ter entregue — no programa, a carne ficou mais passada do que gostaria e o pimentão, cru. Durante o passo a passo, ele explicou acertos e erros na preparação para a tevê. Dois dias antes da gravação, foi avisado de que faria um "churrasco de raiz" e escolheu o corte de carne.
— A situação é diferente, a pressão é grande. Uma coisa é estar aqui preparando o prato para nós. Outra é estar com três dos maiores chefs do Brasil te olhando e fazendo perguntas. Muda bastante — conta ele, que preparou a carne em uma improvável churrasqueira de estilo americano.
Catarinense, Machado chegou a Caxias do Sul em 1969, com a família. Casado desde 1982 com Rosmari, que o incentivou a se inscrever no reality show, foi no ano seguinte que passou a gostar de cozinhar. Inicialmente foi por "obrigação", pois estava sem trabalhar e precisava cozinhar em casa para que ele e a mulher deixassem de comer em restaurantes:
— Eu brinco com ela que meu primeiro prato foi cebola com arroz e não arroz com cebola, porque coloquei duas cebolas dentro de uma panelinha pequena de arroz.
Com o tempo, foi aperfeiçoando os dotes culinários, preparando refeições para a família e amigos. Hoje, recebe elogios.
— Todos adoram quando ele faz a comida. Lá em casa é igual, todos os dias ele pergunta "o que você quer comer hoje?". Tenho um chef particular — comemora Rosmari.
O gosto por temperos diferentes se deu durante o ofício. Vendedor, ele viajou por muitos países ao longos dos anos, entre eles Irã e Dubai, e por conta do trabalho, teve a oportunidade de conhecer variados sabores:
— A comida árabe e a indiana são muito boas. Mas a minha preferida é a italiana, sem dúvidas.
O gosto pela colunária permanece. Mesmo sem passar para a próxima fase, Machado diz que gostou muito de participar e adquiriu grande experiência. E não descarta uma nova tentativa:
— Foi muito legal estar na frente dos chefs. Quem sabe, numa próxima, eu vou novamente.
Masterchef Profissionais: O Masterchef Profissionais do ano passado também contou com um caxiense na disputa. William Williges, de 25 anos, era o único participante gaúcho e foi eliminado no dia 19 de setembro.