Uma antiga fábrica de cordas, construída em meados de 1947, cultiva de forma afetuosa a história de uma família. A Casa da Cultura Sueca, hoje transformada em museu turístico na Linha Jansem, em Farroupilha, é comandada pela família de Vilma Lourdes Bohn Tasca desde a sua construção.
– A casa começou com o meu avô. Eles não eram como os italianos, que tinham talento para a terra. Só sabiam fazer cordas. Na Suécia, eles já tinham uma fábrica, desde 1847. Em 1890 construíram outra, que está lá até hoje. Quando vieram para o Brasil, era só o que sabiam fazer. Então, quando o meu avô tinha 12 anos, começou a ajudar. E depois dele o meu pai, e assim por diante – conta a professora aposentada de 67 anos.
O lugar, que pode ser visitado de segunda a segunda sob agendamento, serve também como passeio para aqueles que desejam conhecer um pouco mais da manufatura das cordas, no Museu do Linho. Ali, é possível acompanhar desde a semeadura do linho até a confecção do barbante, além da maneira como são extraídas a fibra, a linhaça e a semente. Se o visitante gostar, pode afiar e confeccionar a sua própria linha, e levar para casa.
A história é resgatada a cada cômodo, assim como a da família Bohn. O pai de Vilma, Oscar José João Bohn, falecido em 2002, foi o responsável por manter viva a memória de pais e avôs. Hoje, Vilma cumpre o mesmo objetivo com prazer:
– Meu pai acreditou muito nesse lugar. Seria uma pena jogar fora agora tudo o que ele preservou.
Depois da visita, uma boa opção é aproveitar o café colonial que o espaço oferece. A comida, claro, é típica da culinária sueca. Waffles, receitas com geleia, frutas, bolo de chocolate com natas batidas e morango, framboesas e amoras estão entre as guloseimas. O cardápio oferece também o tradicional pão seco sueco (uma variante do pão sem fermento, feito de forma integral). Mas, segundo Vilma, o queridinho da casa, em termos culinários, é o famoso sanduíche aberto.
– Fazemos o sanduíche com uma fatia de pão e colocamos o recheio por cima. Botamos creme com ovos e maionese, depois incrementamos com presunto, queijo, tomate cereja e tomate seco. Também usamos salmão, às vezes. As pessoas adoram – conta.
Vilma comanda hoje a Casa sozinha e, por isso, alega não ter condições de estar a todo o momento no local, porque reside atualmente no município de Pinto Bandeira.
O passeio pela casa dura entre 1h30min a 2h.
PROGRAME-SE
O quê: Casa da Cultura Sueca, em Farroupilha.
Onde: Linha 47, s/n.
Quando: todos os dias, mediante agendamento.
Quanto: R$ 2 por pessoa (escolas) e R$ 5 (público em geral).