O projeto Tum Tum Instrumental volta ao palco do Teatro do Sesc, em Caxias do Sul, neste domingo. Desta vez com a parceria entre o violonista paulistano François Muleka (E, na foto) e o multi-instrumentista e produtor musical gaúcho Alegre Corrêa, ambos radicados em Florianópolis, onde estreitaram os laços musicais e passaram a gravar e se apresentar juntos em festivais como o Jurerê Jazz e o Sonora da Ilha. Em Caxias, farão um duo com Muleka no baixo e Corrêa na guitarra, misturando repertórios e influências que ultrapassam qualquer fronteira.
Alegre Corrêa, 57 anos, já passou por Caxias este ano para ministrar uma oficina de criação e filosofia musical, na qual reuniu mais de uma dezena de músicos locais para desfazer amarras e exercitar a liberdade criativa ao longo de cinco dias. Desta vez, o guitarrista sobe ao palco para exibir as virtudes que o levaram a tocar com grandes nomes da música instrumental, em especial o tecladista austríaco Joe Zawinul, numa experiência que rendeu ao gaúcho um Grammy pela participação no álbum 75th (Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo de 2010).
– Caxias foi uma das melhores oficinas que eu fiz, pelo interesse que a galera demonstrou. Compusemos muitas músicas legais e ainda teve a questão da inclusão, com meninos que foram fazer um rap (levados por Chiquinho Divilas). Para mim foi uma experiência muito importante – recorda Alegre.
Filho de congoleses, François Muleka, 32, traz as raízes africanas tanto nos dedos quanto na voz, em que linhas cantadas ou assoviadas se aliam a batidas de violão bem brasileiras para tecer algumas das melodias mais bonitas da nossa nova música popular. Para comprovar, basta ouvir composições como Alucinação Sensorial ou És Colher Teu Nome. Sobre o parceiro, Alegre Corrêa destaca a musicalidade rara:
– Nossa parceria surgiu de uma admiração mútua, um querendo aprender as músicas do outro. O François é um gênio, canta e toca muito bem. Por ter essas raízes africanas, cria coisas que a gente não sabe de onde vêm, de onde ele tira. Por outro lado também tem um carisma muito grande no palco. Ele é o nosso Milton Nascimento do Sul – recomenda Corrêa.
Projeto que conta com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o Tum Tum Instrumental terá outras duas edições até o fim deste ano. Em novembro (19), o Rafael Calegari Quarteto, de Santa Catarina, se apresenta na Sala de Teatro Valentim Lazzarotto, no Ordovás. Em dezembro (3), o quinteto argentino La Característica Orquesta toca no Complexo Cultural Maesa.
O quê: Show com Alegre Corrêa e François Muleka, no Tum Tum Instrumental
Quando: domingo, às 19h
Onde: Teatro do Sesc, em Caxias do Sul
Quanto: R$ 10