Há alguns anos, cinco guris uniram-se em busca de um mesmo sonho: viver de música. E não só isso, viver de verdade através da música.
Dessa ânsia por respirar voz, violão, contrabaixo, bateria e teclado, nasceu a banda de rock gaúcho Vera Loca, que completa, em fevereiro, 16 anos de estrada. Ao longo desse tempo foram sete álbuns lançados e diversos singles reconhecidos como Borracho y loco, A vida é de graça, Cuidado Ana e Palácio dos Enfeites. O mais recente disco, A certeza de como valeu navegar nesse mar, lançado em 2017, que parece vir em tom de despedida é, ao contrário, um anúncio de que a banda está mais presente do que nunca naquele bom e velho sonho dos meninos. A mistura do novo com o antigo é o elemento que marca o show acústico que a Vera Loca apresenta nesta sexta, no Teatro Murialdo, em Caxias.
Diferente do tradicional show elétrico, o grupo experimenta paradas acústicas em teatros de diferentes cidades brasileiras. E, para o vocalista Fabrício Beck, o resultado parece aproximá-los ainda mais das origens:
– A grande diferença do show acústico é que, em vez de fazermos novos arranjos, coisas diferentes, acrescentar um monte de elementos, optamos pelo completo contrário: fazer a música tal qual ela foi criada. Então, é muito legal a gente conseguir levar ao público da Vera as músicas da maneira como elas foram feitas.
Ele explica que a principal preocupação na hora de preparar o repertório foi fazer um show mais puro. Isso porque 98% das músicas partem do violão, então, a ideia foi fazer um som "bem violão". Desde Meu toca discos se matou (2002), o primeiro álbum da banda, até a fase atual, o principal fator que possibilitou que aqueles cinco garotos de quinze anos atrás orgulhosamente seguissem cantando foi a fidelidade dos fãs. Com um início mais psicodélico e passando por fases de autodescoberta até chegar ao som que faz hoje, a banda reconhece que trilhou um caminho de amadurecimento. E o vocalista afirma:
– A gente nunca perdeu a nossa maneira de compor. Porém, fomos lapidando as coisas. Diminuímos um pouco o psicodelismo, até pela questão da idade. Hoje acontece uma coisa engraçada quando vamos em shows, vemos gurizada mais nova que vem até nós e diz que começou a ouvir o nosso som junto com a minha mãe ou com o pai. Isso que a Vera conquistou não tem preço, de sempre ser uma banda independente que conquistou espaço fazendo shows, tocando mesmo. O público da Vera é o público da Vera.
Para Fabrício, Caxias do Sul será palco hoje não apenas de um banda madura e contente com o que já conquistou, mas também grata pelos laços que criou com a cidade.
– Lá no começo da banda, 15 anos atrás, eu posso falar tranquilamente que Caxias foi a primeira cidade que abraçou a gente. Na época, éramos completamente desconhecidos, mas não queríamos tocar cover. Tocávamos o nosso som e as pessoas acompanhavam. Caxias foi um termômetro de como a coisa foi acontecendo. Quando a gente vinha tocar aqui tinha 10 pessoas, no outro show tinha 15, depois 20, etc, e a coisa foi crescendo. Sempre foi um público muito fiel. Sempre foi muito massa de tocar em Caxias – afirma.
Agende-se
O quê: show Vera Loca Acústico.
Onde: Teatro Murialdo (Rua. Flores da Cunha, 1.740), em Caxias.
Quando: nesta sexta, às 21h.
Quanto: R$ 50 (geral) e R$ 25 (estudantes). Sócios do Clube do Assinante têm 20% de desconto.