Dois terços das mulheres em idade fértil apresentam pelo menos um dos sintomas físicos, emocionais ou comportamentais da tensão pré-menstrual (TPM). Menos conhecida, uma doença mais grave chamada Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) atinge de 3% a 8% das mulheres e exige tratamento com antidepressivos.
A TDPM se caracteriza por sintomas emocionais e comportamentais que podem prejudicar de forma mais intensa a rotina da mulher. A principal característica é a agressividade em excesso, como explica a psiquiatra Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria:
– Uma mulher que sofre de TDPM tem um humor irritável. Ela fica irascível. Tem dificuldade de se relacionar. A funcionalidade dela fica muito comprometida e ela não consegue produzir.
Neste caso não se trata apenas de uma baixa hormonal que provocou mudanças no corpo da mulher, como a TPM. É algo mais sério caracterizado na medicina como um ato depressivo cíclico, que vai acontecer recorrentemente no período pré-menstrual.
– Tem que tratar como depressão, com uso contínuo de medicamentos – explica.
A causa da TDPM está associada a uma má resposta das células nervosas em relação a serotonina, neurotransmissor responsável pelo humor e regulação do sono. Ainda não está claro porque ocorre esse tipo de alteração, mas o desequilíbrio pode estar associado ao histórico de depressão familiar. A própria depressão comum deriva da disfunção da serotonina no sistema nervoso. Caso a mulher desconfie que sofre de TDPM, é indicado buscar a ajuda de um psiquiatra. Somente com exame clínico e exames complementares o profissional pode indicar se é necessário o uso de antidepressivos.
* Viajou a convite da Medley.