Se a noite promete ser fria, não é desculpa para perder a inauguração da exposição Senegal, cores e cultura, que abre nesta terça-feira, às 19h, na Câmara Municipal, em Caxias do Sul. Para aquecer os visitantes e aproximá-los ainda mais da cultura senegalesa, a anfitriã, Juliana Rossa irá oferecer a típica bebida quente do país africano, o irresistível café touba, feito de uma especiaria oriental chamada diar (ou djar), além do beignet, bolinho típico da cultura francesa. Igualmente irresistíveis são as 20 imagens selecionadas da imersão de duas semanas de Juliana àquele país, como parte da pesquisa de doutorado em que estuda a poética vocal dos cantos religiosos do muridismo, principal fraternidade muçulmana no Senegal.
As impressões da jornalista e professora na Faculdade Murialdo foram registradas no Almanaque 748, de 15/16 de abril. Nas imagens adiantadas naquela reportagem e outras ainda inéditas estão presentes a beleza das pessoas, as cores vivas das vestimentas, o fervor religioso, o sofrimento dos mais necessitados e a esperança nos olhares da população que, há meia década, migrou em massa para o Brasil e escolheu Caxias como uma de suas bases no país.
– A maioria das fotos tem a religiosidade como tema, mas também registrei as consequências das andanças por lá, como paisagens que chamaram a atenção pela aridez e charretes, que são o meio de transporte mais comum no interior. Não sou uma fotógrafa profissional, estava fazendo os registros pensando na minha tese mesmo. Mas conforme postei algumas fotos no Facebook, a Marcia Marchetto, que é fotógrafa e minha amiga, sugeriu que eu guardasse as imagens para uma exposição, que ela faria a curadoria – explica.
Além da exposição que inaugura hoje, o trabalho de Juliana também chegou à XX Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores, que ocorre este mês em São José do Rio Preto-SP. Duas fotos da caxiense figuram entre as 150 classificadas para a mostra, num universo de 1,8 mil inscritas. A jornalista considera o trabalho uma espécie de agradecimento pela acolhida que teve no Senegal, muito graças aos amigos imigrantes que fez em Caxias:
– É um agradecimento e também uma oportunidade de mostrar quem os senegaleses são, as coisas bonitas que eles têm. Quanto mais eles se tornam conhecidos, melhor conseguem se integrar à nossa realidade. Costumo dizer que é um subproduto da minha tese, que envolve um valor pessoal muito importante pra mim, que é a militância pelos imigrantes.
Serviço
O quê: abertura da exposição fotográfica Senegal, cores e cultura, de Juliana Rossa
Quando: hoje, às 19h
Período: vistação até 9 de julho (de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h)
Onde: Câmara Municipal de Caxias.