Integrante da prestigiada Filarmônica de Berlim, o oboísta alemão Christoph Hartmann será o solista convidado da edição deste mês do programa Quinta Sinfônica, que a Orquestra Sinfônica da UCS (Osucs) apresenta na noite desta quinta, no UCS Teatro. Pela primeira vez em Caxias do Sul, Hartmann participará da apresentação do Concerto para Oboé e Orquestra em Dó Maior, de Joseph Haydn.
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- Esse é um grande concerto e Haydn era um grande compositor, embora a peça provavelmente não seja dele. Na época (fins do século 18), era comum os compositores escreverem uma peça e colocarem o nome de outro mais conhecido. Parte da melodia já existia num octeto de Kozeluch - revela o músico alemão, acrescentando: - Independente de ser de Haydn ou não, é muito bom tocar esse concerto, que é bonito e divertido e certamente foi escrito por um oboísta virtuose.
O próprio Hartamann, aliás, poderia reivindicar o epíteto de virtuose do oboé. A iniciação no instrumento ocorreu por acaso, aos 13 anos, quando ele fazia aulas de música em sua pequena cidade natal, Landsberg am Lech, próximo a Munique, e a professora de piano lhe perguntou se não queria experimentar o oboé. Ele experimentou, e não parou mais. Em 1991, ingressou na Filarmônica de Stuttgart, e no ano seguinte na de Berlim, onde segue até hoje.
- Sempre foi um sonho, e é um grande prazer tocar na filarmônica - conta.
O oboísta também dá aulas na academia da própria filarmônica e ao redor do mundo - já esteve quatro vezes ensinando oboé no Festival de Pelotas, por exemplo - e, ano passado, fez diversas apresentações em um tour pela Ásia.
Além de ser considerado um dos mais difíceis instrumentos de sopro, o oboé (da mesma família da flauta) tem uma dificuldade extra:
- Não há muito repertório para ele - conta Hartmann.
Por esse motivo, tornou-se um pesquisador da área, fazendo buscas em bibliotecas ao redor do mundo. Há alguns anos, encontrou na biblioteca de Palermo, na Itália, manuscritos do oboísta Antonio Pasculli, que estavam no esquecimento, e lançou um CD exclusivamente com essas peças, Fantasia Italiana.
Do que é produzido em solo brasileiro para oboé, cita trabalhos de Fernando Dedos, contemporâneo, e de Sigismund von Neukom, austríaco radicado no Brasil no século 19. Quanto às experiências ensinando e tocando com músicos locais, avalia como muito positivas, elogiando o entusiamo de seus colegas brasileiros.
O concerto desta quinta, comemorativo aos 115 anos do Colégio São José, terá a regência do maestro Diego Schuck Biasibetti, e incluirá ainda a abertura da ópera La Clemenza di Tito, de Wolfgang Amadeus Mozart, e a Sinfonia Nº 6 em Fá Maior, de Ludwig van Beethoven.
AGENDE-SE
O que: Quinta Sinfônica, com a Orquestra Sinfônica da UCS e o oboísta alemão Christoph Hartmann
Quando: nesta quinta, às 20h30min
Onde: no UCS Teatro, no campus sede da UCS, em Caxias do Sul
Repertório: abertura da ópera La Clemenza di Tito, K.621, de Wolfgang Amadeus Mozart; Concerto para Oboé e Orquestra em Dó Maior, Hob.VIIg:C1, de Joseph Haydn; e Sinfonia Nº 6 em Fá Maior, Op. 68, de Ludwig van Beethoven
Quanto: R$ 10 e 5 (idosos e estudantes), na Livraria do Maneco, no Centro, e no Posto Deltha, em frente à prefeitura; há poucos ingressos restantes
Música erudita
Oboísta alemão é destaque no Quinta Sinfônica, em Caxias do Sul
Christoph Hartmann, que tocará com a Osucs, é integrante da Filarmônica de Berlim
Maristela Scheuer Deves
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