As princesas, pelo menos nos contos de fadas, são todas lindas, com cabelos sedosos e pele bem cuidada, certo? Também são bem educadas, vestem-se de cor de rosa, usam sapatinhos de cristal e estão sempre impecáveis. Assim como Sophie, a menina mais linda do povoado de Gavaldon, onde, a cada quatro anos, dois adolescentes (um menino e uma menina) costumam sumir misteriosamente - os sequestrados, conta a lenda, são levados para a Escola do Bem e do Mal, na qual estudam para se tornarem princesas, príncipes, heróis e vilões de histórias. Esse é o mote do criativo e divertido livro A Escola do Bem e do Mal (Gutemberg, 352 páginas, R$ 37,90), de Soman Chainani.
Na trama, os pais apavorados costumam, quando chega a época dos sumiços, trancar seus filhos (e principalmente filhas) nos quartos, cortar seus cabelos, sujar seus rostos e fazer o possível para "enfeiá-los", para que não sejam escolhidos. Mas Sophie, ao contrário das demais crianças, quer ser levada, pois sonha em ser princesa e em deixar aquele simples povoado para trás...
Além de Sophie, vamos encontrar sua melhor amiga, Agatha - que, bem diferente da outra, veste-se de preto, mora junto ao cemitério e é considerada estranha (quase uma bruxa) por todo o vilarejo. Apenas Sophie é sua amiga, embora um tanto quanto por interesse: quer mostrar que ajuda os desprezados, afinal, isso também é um requisito para ser "do bem". E, também diferentemente de Sophie, Agatha não acredita na tal lenda; são apenas baboseiras, garante.
Quando chega a noite em que deve vir o "diretor" - o tal ser que vem raptar os escolhidos para a Escola -, Agatha fica vigiando a casa de Sophie, pois sabe que a amiga é desmiolada o suficiente para tentar escapar de casa e se expor a algum perigo, mesmo com o pai tendo colocado pregos nas janelas. E eis que, quando os pais que protegem as casas com tochas pensam que o perigo passou, um ser se esgueira pela escuridão, e, em vez de uma menina, leva duas...
Não vou contar o que acontece então, pois seria spoiler, mas é claro que as duas amigas serão separadas. Afinal, bruxas e princesas não convivem na Escola do Bem e do Mal... Também posso adiantar que algo muito interessante (e revolucionário) vai acontecer a partir da chegada das duas, numa divertida confusão envolvendo príncipes, princesas, bruxas, feitiços, maldades e bondades.
Ah: o livro é o primeiro de uma trilogia, cujo segundo volume acaba de ser lançado, com o sugestivo título de Um Mundo Sem Príncipes (320 páginas, R$ 37,90).
Dica de leitura
Maristela Deves: você já pensou onde estudam as princesas?
"A Escola do Bem e do Mal" traz história de menina que sonha em ser princesa - e de sua amiga, uma possível bruxa
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