A maioria dos cosméticos, como maquiagens e cremes antissinais, apresentam na embalagem fator de proteção solar. Entretanto, existem diferenças entre o próprio fotoprotetor e por cosméticos que acumulam diversas funções.
De acordo com a gerente de Fórmula da Natura, Joana Miranda, existem duas principais diferenças entre os dois tipos de produto: a resistência à água e o nível de proteção UVA mínimo, determinado pela legislação.
- Geralmente as maquiagens e os produtos antissinais não possuem a propriedade de resistência à água, que faz com que seu uso seja desaconselhado em atividades que envolvam sudorese intensa ou banho - explica Joana.
Com relação ao nível de proteção UVA, a gerente explica que os protetores solares são regulados pela Anvisa e que as maquiagens e os antissinais não precisam comprovar relação de proteção contra radiação UVA perante o valor de FPS.
Por isso a maioria dos produtos apresenta fator de proteção muito abaixo do suficiente. Como o produto é de uso diário, o ideal é apostar em cosméticos com FPS acima de 30, que são mais difíceis de encontrar.
No caso de a maquiagem não ter fator de proteção, é possível aplicar os cosméticos sobre o protetor solar.
Proteção mecânica
Outros elementos podem e devem ser adotados para contribuir na proteção solar.
Roupas: recomendado para crianças, esportistas e trabalhadores externos. Roupas com tecido mais escuro, trama apertada e com uso de fios sintéticos protegem mais do que as molhadas, antigas e com tecido mais frouxo. Devido ao calor e ao aumento do suor, é recomendado usar roupas de algodão, finas e folgadas. O algodão, entretanto, é o que menos dá proteção. O poliéster é o mais indicado nesse quesito.
Chapéus: opção para proteger couro cabeludo, cabeça e parte superior do tórax. Recomenda-se o uso de chapéus de tecido mais expeço e de aba redonda e larga.
Óculos de sol: a radiação solar é capaz de deixar sequelas como catarata e degeneração macular da retina. Um óculos de sol eficiente deve promover a absorção de 99% de todo o espectro UV, e também proteção adicional na faixa de luz violeta/azul.
Sombras: o guarda-sol é uma alternativa eficiente e barata. Entretanto, preste a atenção na espessura e cor do tecido. Quanto mais grosso e escuro, maior a proteção.
Vidro: o vidro comum é capaz de bloquear totalmente a radiação UVB. Quanto a UVA, o vidro pode transmitir até 72% da radiação e 90% da luz visível. A inserção de laminação, aplicação de filmes plásticos ou coberturas metálicas amplia a proteção contra radiação e também inibe o calor.
Proteção específica
Gravidez: os níveis hormonais da mulher se modificam durante a gravidez, o que pode acarretar em mudanças fisiológicas ou patológicas da pele. Por isso a proteção solar deve ser orientada por um dermatologista durante a gestação, devido ao risco de desenvolvimento de melasma e outras doenças pigmentares. Em casos onde não há risco específico, os protetores que atendem às normas da Anvisa podem ser recomendados.
Infância: crianças com menos de seis meses não devem se expor diretamente ao sol. Se for inevitável, é preciso fazer uso dos protetores mecânicos e não é recomendado o uso de protetor solar nesta faixa etária. Para crianças entre seis meses e dois anos de idade é recomendado optar por protetores específicos para crianças e que sejam compostos de filtros físicos, conhecidos como cremes para assaduras. Produtos em creme e bastões são recomendados. Os horários de sol e a frequência na aplicação é a mesma que para adultos.
Pele negra: a ideia de que a pele negra produz mais melanina e é mais resistente a assaduras fazem com que as pessoas negras não se protejam tanto quanto deveriam. Entretanto, a pele negra também é suscetível à doenças e inclusive ao câncer de pele quando exposta ao sol. É recomendado o uso de filtro solar na mesma proporção para indivíduos de qualquer coloração de pele.
* Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia
Proteja-se
Cuidado ao confiar no FPS de cosméticos
Protetor solar em cremes e maquiagens não é tão eficiente
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