Não, eu não estou falando dos quatro integrantes oficiais do Los Hermanos. Eu vi quatro lados - digamos assim - no segundo show da turnê comemorativa dos 15 anos da banda, em Porto Alegre.
O primeiro foi o Los Hermanos do Marcelo Camelo, de O Vencedor - que abriu a noite no Pepsi On Stage - , Cara Estranho, Conversa de Botas Batidas, Além do que se vê, Morena, Todo Carnaval tem seu fim. Um Camelo que trocou nem meia dúzia de palavras com o público e quando mais o fez foi pra desejar um feliz Dia das Mães pro Gabriel Bubu, a mãe de todos eles (como Camelo mesmo se referiu) - e, além disso, na minha opinião, o baixista preferido do músico - num segundo lado sendo exposto. Sem vibe Rio de Janeiro, nem Circo Voador - exceto por Mais Tarde, música da carreira solo de Camelo, em um dos momentos em que o show deu uma caída. As outras quedas foram algumas desafinadas e entradas tortas em outras músicas.
O terceiro Los Hermanos que vi foi o do Amarante. O ruivo magricelo que rebola como ninguém o tipo de música que toca. Que parecia estar mais pela esculhambação - no bom sentido -, e que cantou Retrato pra Iaiá, O Velho e o moço, Último romance, Do sétimo andar, Deixa o verão, Um par, Condicional, Sentimental e O Vento - com projeções de imagens do Rio de Janeiro em um telão ao fundo do palco. Momento lindo. Uma facção mais Los Hermanos "das antigas" por assim dizer. Além de cantar uma inédita.
O quarto Los Hermanos que vi foi aquele que não vi no começo dos anos 2000, nos pavilhões da Festa da Uva. Teve Pierrot, Tenha Dó, Azedume, Descoberta e Quem Sabe - nesta última num momento Rodrigo Amarante na galera e todas as dores de amor curadas. E óbvio que teve Anna Júlia. E quem é fã de verdade pulou junto.
Só faltou o Los Hermanos que tocava junto e era uma banda. Mas esse não deve mais existir.
Música
Eu vi quatro Los Hermanos em Porto Alegre. E você?
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