Pessoas de países como Haiti, Peru, Síria, Venezuela e Bolívia integram as narrativas que compõem a série Ser Brasil – migrantes e refugiados, da produtora caxiense TranseLab. O trabalho é composto por nove episódios curtos (com cerca de três minutos cada) nos quais os próprios personagens narram suas experiências na busca por melhores condições de vida no Brasil. A estreia será no Canal Futura, neste domingo – Dia Mundial dos Refugiados –, às 17h15min. Neste dia, haverá exibição especial dos nove episódios em sequência. Se você perder, pode conferir as reprises de cada episódio semanalmente a partir do dia 25, sempre às sextas, às 21h30min.
Seguindo uma característica bem forte nos trabalhos anteriores da TranseLab, Ser Brasil aposta muito no “dar voz aos personagens”. A linguagem de documentário etnográfico também ganha o diálogo com a estética do retrato fotográfico clássico.
– Essa estética, cruzando fotografia e vídeo, deu uma unidade para os episódios e não deixa de ser uma estética que a gente vem descobrindo desde a Invernada dos Negros, a fotografia como protagonista da narrativa. Tem a perspectiva do retrato, e incorporar isso no audiovisual ficou bem bacana – diz o diretor da série, André Costantin, que trabalhou ao lado de Daniel Herrera (produção executiva) e Geni Onzi (pesquisa de personagens).
Dos enredos pessoais dos entrevistados, surgem temas áridos como trabalho infantil, trabalho análogo ao de escravo e tráfico de pessoas. Mas há também relatos positivos de superação, inserção em programas de aprendizagem profissional, entre outros. Aliás, os episódios também trazem informações de serviço, com orientações sobre a legislação brasileira e divulgação de canais de ajuda e denúncias.
Episódios
O episódio de abertura da série vai até São Paulo, onde se concentram a maior parte das histórias retratadas. Lá, a equipe da TranseLab explora os traços da migração de bolivianos por meio da família Sanchez Ayala (foto acima), resgatada das condições de trabalho indigno em 2020.
A produtora também chegou a gravar um episódio em terras gaúchas. A série mostra relatos de três trabalhadores venezuelanos envolvidos em um caso de resgate de trabalho análogo ao de escravo, na Serra. Te mostramos acima uma foto dos produtores da TranseLab com os venezuelanos Asdrubal Gonzalez, Daniel Gonzalez e Odanis Magallanes.
A série foi gravada no final do ano passado, num projeto articulado Organização Internacional do Trabalho (OIT), em conjunto com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT - vinculada ao Ministério da Economia).
Além de André Costantin, Daniel Herrera e Geni Onzi, a equipe da série contou com Nicolas Mabília, César Dambros e Felipe Campal.