Das histórias de dificuldade que têm se tornado recorrentes no meio artístico durante a pandemia de covid-19, a do artista circense Agnaldo de Souza Bezerra, 43 anos, chama atenção. Além de enfrentar o momento péssimo para quem trabalha com apresentações culturais, ele e sua família também amargam as consequências de um mau negócio feito justamente durante a quarentena. Baiano radicado na Paraíba, Agnaldo conta que nasceu no circo, ambiente que sempre serviu de ganha pão para ele e seus familiares. Tendo geralmente trabalhado em empreendimentos de outros empresários, ele e um grupo de oito pessoas desembarcaram em Canela em há cerca de três meses para realizar o sonho da compra de um circo próprio. Mas o negócio acabou se mostrando enganoso, e agora o grupo de artistas circenses está ilhado em Caxias do Sul sem dinheiro para poder voltar para casa.
Agnaldo descobriu que as carretas compradas por ele não tinham documentação, o que impede que ele circule com elas.
– Estávamos parados lá na Paraíba por causa da pandemia. Daí vimos a postagem no Facebook de um rapaz querendo vender o circo e pensamos “é uma oportunidade”. Mas, na realidade, ele roubou a gente. Fomos ameaçados por este cidadão, fizemos boletim de ocorrência contra ele, estamos esperando resolver na justiça para poder tirar a documentação das carretas e conseguir ir embora– relata o artista.
Agnaldo está em Caxias acompanhado da esposa, do casal de pais idosos, do filho, do sobrinho, do irmão e de outros profissionais que realizariam trabalhos como palhaço, mágico, etc. Quando o grupo veio à Serra, havia a promessa de que conseguiriam trabalhar rodando algumas cidades com apresentações no formato drive-in. Nada disso se confirmou e os artistas da Paraíba estão passando muitas dificuldades por aqui.
– Estamos parados e agora nosso dinheiro acabou, estamos vivendo aqui de doação, a verdade é essa – lamenta.
Mobilização para ajudar
Agnaldo, sua família e outros artistas paraibanos estão atualmente parados em Caxias, onde têm recebido ajuda da Fundação de Assistência Social para poderem se alimentar. Alguns artistas da cidade e integrantes do Conselho Municipal de Política Cultural também têm se mobilizado para ajudar os colegas do circo a sair dessa. A ideia de Agnaldo é conseguir arrecadar alguma verba para conseguir comprar um veículo para ir até Brasília, onde conhece mais pessoas que poderiam o ajudar a viabilizar apresentações no formato drive-in. Ele também não descarta a possibilidade de realizar esse tipo de apresentação por aqui, o que contribuiria bastante para o sustento do grupo. Para isso, diz estar aberto a parcerias.
Se você quiser ajudar Agnaldo e a família, pode entrar em contato pelo fone (83) 99603-5752, ou realizar depósitos de qualquer valor na conta poupança da Caixa Econômica Federal de número 00093809-3, agência 0042, operação 13, em nome de Jacira Victor de Souza (CPF 01094168483).
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